Ministra reforça avaliação de manuais
Terça-feira, 8 de Maio de 2007, Jornal de Notícias
A ministra da Educação reconhece que podem existir manuais e programas muito extensos e sem qualidade. Ontem, à saída de uma conferência sobre o ensino do português e depois de ter ouvido críticas sobre os programas, Maria de Lurdes Rodrigues reconheceu falhas e garantiu que o Governo está atento quinta-feira, será aprovado em conselho de ministros o último decreto-lei que regulamenta a avaliação das escolas, professores e manuais escolares. "Toda a cultura de avaliação e de acompanhamento precisa de ser introduzida e tornada prática regular no interior das escolas", defendeu a ministra, insistindo que para a interiorização dessa "rotina" ainda há muito "terreno a conquistar" - os "mecanismos de avaliação têm de ser aceites" e passarem a ser usados pelos docentes, porque além da avaliação externa a "auto-avaliação é muito importante", concluiu.Maria de Lurdes Rodrigues sublinhou que os programas de Português e Matemática estão a ser revistos e que a tutela se encontra a trabalhar com as editoras na certificação dos manuais escolares. Um exemplo a adopção de certos manuais foi suspensa. O objectivo, explicou a ministra, é que os próximos "já possam beneficiar da revisão dos programas". "Dias de pobreza"Na sessão de abertura da Conferência sobre o ensino do português, que irá decorrer até amanhã, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o Comissário da iniciativa - nomeado por Maria de Lurdes Rodrigues - teceu duras críticas aos programas pedagógicos e afirmou que se vivem "dias de pobreza" no ensino."Não há ensino do português, digno desse nome, com manuais que apresentem a língua como um caótico aglomerado de textos escolhidos à margem de qualquer critério", afirmou Carlos Reis. Perante centenas de docentes e linguistas, o reitor da Universidade Aberta manifestou ter "dificuldade em perceber" o que os programas de português "pretendem ensinar". O comissário considera que os manuais parecem concebidos "para infantilizar jovens já à beira de terem carta de condução e cartão de eleitor". O problema, insistiu, é que os professores de português não podem ser meros "técnicos de língua ou gestores de estratégias pedagógicas prontas a vestir" mas pessoas cultas, capazes de contextualizar textos.
8.5.07
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