No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

"Este é um momento crucial para Portugal"

02.05.07 , Diário de Notícias

Como valorizar o factor trabalho com reduzida produtividade?
Com formação profissional e formação contínua ao longo da vida de trabalho, como o Governo de Portugal quer fazer. Acontece que se está a verificar que aqueles que se foram valorizando ao longo da sua vida activa estão nas melhores condições de manter um posto de trabalho valorizado por mais tempo, graças ao capital de conhecimentos adquiridos. Construímos um sistema, no qual se morria aos 65 anos e se foi encorajando a saída precoce da vida activa. Mas, se a vida hoje em média chega aos 80, e se aos 65 estamos como novos, o sistema penaliza quem quer ficar a trabalhar! Só que já há países que valorizam o prolongamento no trabalho, enquanto se é produtivo, multiplicando o valor das pensões mais tardias. O outro aspecto é ter em conta, como acaba de ser feito em Portugal, a indexação da idade legal de reforma à esperança média de vida. Não é fácil pôr em prática este conceito, tão óbvio, tão revolucionário e tão simples. É que tudo evolui: a medicina, a vida humana, a longevidade e só o esquema de trabalho há-de permanecer rígido?
E que outros temas vão estar na sua agenda em Lisboa?
Estamos a discutir temas de desenvolvimento territorial, da reforma do Estado e do e-government, ou seja, dos serviços públicos electrónicos. Vamos tratar de projectos horizontais, como a educação com as já conhecidas provas PISA, que no final deste ano vão incidir sobre ciência e tecnologia. É a terceira ronda, depois da língua materna e da matemática. Vamos avaliar as universidades e concretizar o projecto Thales, para a formação de professores do secundário. E temos uma espécie de caixa de ferramentas para analisar tudo aquilo que pode tornar atraente o investimento, nacional e estrangeiro: legislação económica, saúde, educação, justiça. E vamos analisar as principais componentes da produtividade cujos indicadores em Portugal deixam muito a desejar.
Como superar os constrangimentos ao desenvolvimento que se sentem hoje?
Eu diria que este é um momento muito emocionante para Portugal. É um momento crucial já que se está a apostar em reformas que necessariamente têm um custo a curto prazo e que requerem, por isso, coragem política para empreendê-las. Mas elas vão ter resultados importantes para que Portugal se aproxime mais da média da UE e da OCDE. É essencial que a população compreenda que é preciso dar algum tempo para que surjam resultados, mas que este é o único caminho. A alternativa a estas reformas é um desempenho medíocre. Não é uma catástrofe, mas há que decidir se Portugal quer estar na cabeça, no meio ou no fim do comboio do desempenho económico. E o resto do mundo não está parado à espera que Portugal recupere...

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