No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Crónica do empobrecimento anunciado

Quarta, 9 de Maio de 2007, Diário Económico

Começa a ser um triste hábito. Cada vez que a Comissão Europeia divulga novas previsões, Portugal aparece sublinhado a vermelho e pelas piores razões. Apesar de terem sido revistas em alta, as projecções para o crescimento continuam a mostrar uma economia anémica, incapaz de acompanhar o ritmo da União Europeia. São já oito anos a divergir com a média europeia, o que coloca Portugal em vigésimo lugar no ‘ranking’ do rendimento ‘per capita’. Ou seja, há dezanove países à frente, entre os quais Estónia ou Malta. Até há uns anos, a competição era com a Grécia. Batalha perdida. Agora é com os países do Leste. Este simbolismo retrata a decadência da economia portuguesa, em resultado de uma série de erros de política económica de vários governos. Apesar de todas as vantagens do euro - sem a moeda única, a crise seria mais devastadora -, Portugal ainda não aprendeu a viver numa união monetária. Continua a gastar e a consumir o que não tem e o que não produz. É preciso ser mais produtivo, o que só se consegue trabalhando mais e melhor. Este é o grande desafio. Senão, resta ser cada vez mais pobre. A CORAGEM DE APONTAR OS MELHORES. Que instituição devo escolher se quero arranjar emprego mal acabe o curso? Qual a licenciatura que garante melhores salários aos diplomados? Quais as universidades que asseguram uma melhor preparação científica a Economia? Perguntas que até agora ficavam se resposta. Mas não por muito mais tempo. Para acabar com o verdadeiro “tiro no escuro” que é escolher uma licenciatura e uma universidade, o Governo pretende divulgar o ranking dos melhores cursos e instituições. Pode ser a resposta a todas as perguntas de quem concorre ao Ensino Superior. A nova Agência de Acreditação vai avaliar as licenciaturas e dar o passo seguinte: fazer listas ordenadas dos melhores cursos e das melhores universidades. O ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago tem, assim, a coragem de avançar com os rankings, quando nenhum Governo europeu foi capaz de o fazer. É fácil criticar os rankings feitos pelos órgãos de comunicação social um pouco por todo o mundo. Mais difícil é pedir à agência de acreditação que faça esses rankings. Para que as instituições de Ensino Superior passem a ser transparentes e os alunos tenham uma base objectiva de escolha. A INTERNACIONALIZAÇÃO NÃO É PARA QUEM QUER. O sucesso de um processo de internacionalização é muitas vezes consequência directa do nível de investimento exigido. Em áreas como as telecomunicações, construção, redes energéticas ou águas, sectores de capital intensivo pela necessidade de construção de infra-estrutura, o retorno de investimento é vital para garantir a sobrevivência de projectos fora de portas. No caso especifico das águas e da energia, sectores regulados com tarifas fixadas administrativamente, o caso torna-se ainda mais difícil. O negócio não depende apenas de uma boa gestão, está também nas mãos dos reguladores. A Águas de Portugal ainda esperou que as tarifas fixadas pelas autoridades brasileiras ajudassem a cumprir os custos das infra-estruturas. Sem que isso aconteça e com um prejuízo acumulado de 54 milhões de euros nas várias frentes internacionais, incluindo Cabo Verde, a empresa de Pedro Serra recua e recentra atenções em Portugal. A prova de que a internacionalização não é para quem quer, mas para quem pode.

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