Ministra admite reavaliar as provas de aferição
Em bom português, vai haver avaliação. As provas de aferição do 4.º e 6.º anos, que estão envoltas na polémica da não penalização de erros ortográficos numa parte do exame, serão avaliadas pela tutela. A avaliação será "cuidadosa, tranquila, profissional", diz o ministério. Que ouviu ontem professores e sindicatos criticar o sistema de avaliação. Até o Presidente da República falou. Para contar que, numa conversa telefónica, a ministra afirmou que as provas podem "evoluir noutro sentido"."A ministra da Educação, com quem falei há dias por telefone, disse-me que, no futuro, [as provas] poderão, com base nas conclusões [das deste ano], evoluir noutro sentido", disse Cavaco Silva aos jornalistas, na Amadora. "Não estou em condições de dizer se contar ou não contar os erros de português nesta fase será pedagogicamente o mais correcto."O Presidente pode não estar, mas a Associação de Professores de Português está. E insiste: "Percebemos a intenção de avaliar separadamente a compreensão de texto e a expressão escrita, mas consideramos que é preciso escolher o melhor mecanismo para o fazer. E esse é, na nossa opinião, a escolha múltipla."Opinião diferente terá o director do Gabinete de Avaliação Educacional, Carlos Pinto Ferreira, que, depois de o ministério ter desmentido que os alunos não são penalizados quando dão erros, justificou a não penalização, explicando que a prova testa tudo em separado para permitir aos serviços da tutela identificar as lacunas dos alunos em cada uma.Ensino faz-de-conta?O líder do CDS-PP, Paulo Portas, também quis protestar. "Já sabíamos que as provas não contam para a avaliação do aluno, agora ficámos a saber que os erros de português numa prova de português não contam para a classificação", criticou. "Estamos num sistema de ensino faz-de-conta", diz, onde "o verbo estudar é disfarçado, o verbo examinar é disfarçado, o verbo passar é disfarçado, o verbo chumbar desapareceu e agora errar também é indiferente".
30.5.07
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Etiquetas:
Avaliação
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