No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

90% das escolas abertas até às 17.30

15.05.07 , Diário de Notícias

Com menos escolas e menos professores, o Ministério da Educação fez melhor? É isso que diz o relatório da Inspecção-Geral da Educação sobre o ano lectivo 2006/2007, divulgado ontem. Foi no 1.º ciclo que a tutela mais mexeu, conseguindo que 90% das escolas estejam agora abertas até às 17.30, o que acontecia apenas em 42% no ano passado, e que as actividades de enriquecimento curricular sejam uma realidade em 90% dos casos. Nem tudo é bom: uma em cada quatro crianças com três anos não tem vaga no ensino público devido a uma cobertura "insuficiente" da rede pré-escolar.Em conferência de imprensa, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não deixou de manifestar contentamento: "As mudanças no 1.º ciclo são impressionantes e alimentam o nosso optimismo. O horário alargado, as actividades, as melhores condições de trabalho e as refeições quentes, por exemplo, vão permitir melhorar os resultados num espaço de tempo mais curto do que alguma vez pudemos imaginar."Com o número de alunos a aumentar - são mais 21 mil do que em 2005/2006, devido a um reforço no 3.º ciclo e no secundário - e o número de professores a diminuir - são menos 8239 -, o ministério afirma que estes são "resultados positivos de políticas" que levou a cabo.A cobertura "insuficiente" da rede pré-escolar será, assim, a maior preocupação da tutela. O relatório é claro: Lisboa e Algarve são as regiões onde a situação é mais preocupante. A nível nacional, a percentagem de crianças não admitidas no pré-escolar público é de 26%. No Algarve, no entanto, chega aos 41% e em Lisboa aos 60%.Algumas acabam no privado. "Mas não são um quarto delas. Seria assim se houvesse mais apoio do Estado para que fossem para escolas privadas. Como não há, muitas estão em casa, sem acompanhamento, ou vão para sítios que são só depósitos de miúdos", afirma ao DN Rodrigo Queirós e Melo, da Associação do Ensino Privado."Se o Estado estivesse disposto a celebrar mais contratos de desenvolvimento era possível integrar estas crianças." Actualmente, se os pais apresentarem prova de que têm rendimentos baixos, os filhos podem entrar no ensino privado com um subsídio. "Mas é preciso que a família seja muito pobre e o apoio monetário que lhe é dado é muito pequeno", diz.E se há alunos sem escola, também há professores sem turmas. "Garantidamente", afirma Augusto Pascoal, do Sindicato de Professores da Grande Lisboa. Se há insuficiência de oferta na pública, acrescenta, "isto afecta também os docentes".O alargamento do pré-escolar a todas as crianças é uma meta inscrita no Programa do Governo. Para lá chegar, o primeiro-ministro, José Sócrates, comprometeu-se em Dezembro de 2006 a aumentar em 50%, nos próximos três anos, o número de equipamentos públicos do pré-escolar".

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