No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Menos sete mil a fazerem provas

2007-06-17 , Correio da Manhã

Os nervos aumentam a cada minuto que passa e os apontamentos estão já vistos, revistos e sublinhados. Amanhã, pelas 09h00, cerca de 67 mil alunos dão início à primeira fase dos exames nacionais 2007, com as provas de Português. Este ano serão cerca de 170 mil a realizar os 34 exames, num total de quase meio milhão de provas.

As disciplinas de Português e Matemática continuam a ser as totalistas no número de alunos inscritos, ao contrário do Inglês (na vertente trienal) que está no fundo da tabela, com apenas um estudante a propor-se ao exame. Segundo dados do Ministério da Educação, a Matemática tem este ano 53 129 inscritos, mais 3406 do que no ano lectivo anterior. A Português B, o número de propostos a exame também cresceu, passando de 47 088 em 2006 para 66 727 neste ano. Entre as disciplinas com mais inscrições estão ainda Física e Química A, Biologia, Geologia e Psicologia.Apesar do aumento de inscritos nas duas principais disciplinas, o certo é que o número de alunos que este ano faz os exames do Secundário diminuiu de forma acentuada. Comparando com o ano lectivo anterior, as estimativas do Ministério da Educação apontam para menos 7227 alunos a submeterem-se a exames do 11.º e 12.º anos em 2007. As mulheres continuam a dominar as estatísticas, representando 57 por cento do total daqueles que irão avaliar os seus conhecimentos.Do total de estudantes inscritos nos exames nacionais dois terços têm a intenção de concorrer ao Ensino Superior. Fazendo as contas, dos 169 567 alunos do Secundário inscritos nos exames, 105 380 vão apostar tudo nas provas para acederem à universidade. O resultado do exame nacional representa 30 por cento da nota final à disciplina e pode pesar entre 35 e 50 por cento se for específica para entrada num curso superior.Uma das novidades deste ano é a redução do número de exames, que baixa de 58 para 34. Para evitar a polémica e a dificuldade logística que se registaram há um ano, com alunos de vários programas a realizarem exames distintos e a serem avaliados de forma desigual, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues optou por criar um exame único para os dois programas em vigor em nove disciplinas. Além disso, os estudantes que só queiram terminar o 12.º ano e que não se candidatem ao Superior têm a possibilidade de deixar de lado os exames nacionais e fazer provas de escola para concluir o Secundário.Quanto ao Ensino Básico, os mais de 107 mil alunos do 9.º ano só começam a época de exames um dia após os colegas do Secundário. Na terça-feira são postos à prova no exame de Língua Portuguesa. Dois dias depois testam o poder de cálculo e raciocínio no exame de Matemática. Para estes alunos, a segunda fase realiza-se entre 25 e 26 de Junho. As provas têm um peso de 30 por cento para a nota final. PROVAS COM ESCOLTA POLICIALClassificada como uma operação simples mas de grande envergadura, ‘Athena 2007’ envolve 500 agentes da PSP e 14 mil militares da GNR. A acção visa proteger, guardar e entregar às escolas os cerca de 500 mil exames dos ensinos Básico e Secundário que serão realizados pelos alunos. Apesar da avaliação arrancar amanhã, para a GNR a operação começou a 2 de Março, dia a partir do qual os militares protegem a Editorial do Ministério da Educação, onde são impressos os vários milhões de páginas A4, entre enunciados e folhas de prova. No dia de cada exame os envelopes invioláveis onde estão guardados os enunciados são retirados dos cofres das esquadras e transportados pelos agentes para as escolas, onde são entregues às 08h00.OS MELHORES DE 2006Em 2006 o Colégio de São João de Brito foi o mais bem classificado no ranking CM relativo aos exames do Ensino Secundário, obtendo uma média final de 13,54 valores. Aliás, do 269 concelhos representados na lista só 14 obtiveram média positiva. Apesar do bom resultado obtido, em 2006 houve uma descida das médias finais face ao ano anterior. Por isso, mesmo tendo sido a melhor escola, a sua nota final conseguiu ser dois pontos inferior à nota do líder em 2005. Quanto ao Ensino Básico, os alunos de Arruda dos Vinhos foram os melhores do País nos exames do 9.º ano. O concelho do distrito de Lisboa foi o único onde a média dos dois exames nacionais de 2006 (Língua Portuguesa e Matemática) foi superior a três valores (numa escala de 1 a 5). FÍSICA E QUÍMICA DEBAIXO DE OLHOO CDS-PP anunciou que vai questionar no Parlamento a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sobre a declaração de inconstitucionalidade da repetição de exames de Física e de Química do Secundário. Também o vice-presidente do PSD, Pedro Duarte, considerou que o acórdão “demonstra que a medida foi um erro muito grave”. A ida de Maria de Lurdes Rodrigues ao Parlamento de-ve ocorrer em Julho, antes das férias parlamentares, pois o PS aprovou terça-feira a audição da ministra. Será confrontada com outras polémicas, como a da exclusão da Associação de Professores de Matemática de uma comissão de acompanhamento por críticas dirigidas ao ministério. A ministra também vai explicar o processo disciplinar movido ao professor Fernando Charrua.O Tribunal Constitucional classificou de “inconstitucionais” as normas que no final do ano lectivo de 2005/06 permitiram repetir, apenas aos alunos que compareceram à 1.ª chamada, os exames de Física e Química do 12.º ano. A repetição de exames, ao não abranger também os alunos que optaram pela 2.ª chamada, “contraria o princípio de segurança jurídica e o princípio da igualdade de oportunidades”, noticiou ontem o ‘Público’.

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