Estado pode vir a mexer nas provas de acesso das faculdades
15 de Junho de 2007, Jornal de Notícias
Areforma do Ensino Superior foi ontem aprovada, numa reunião "pesada" do Conselho de Ministros, com algumas alterações importantes ao texto que tinha seguido para discussão pública. A principal dá um novo poder de intervenção ao Governo passa a poder intervir na definição do elenco de provas específicas de acesso a cursos superiores "quando esteja em causa a coerência do sistema".Há exemplos no sistema actual que levam a esta nova intervenção da tutela, como os casos de cursos que têm provas de acesso perfeitamente díspares de instituição para instituição. Casos como um politécnico que, para acesso a um curso de contabilidade, tem uma prova de... Português. São casos que têm sido alvo de queixas (de sindicatos e professores), face a cursos universitários que facilitam a entrada dos alunos.O regime jurídico da gestão das instituições de Ensino Superior público e privado - como é designado o diploma - foi ontem considerado pelo chefe do Governo um "aspecto absolutamente crítico - porque o país precisa urgentemente de universidades com uma melhor gestão, com maior autonomia, com mais flexibilidade nos seus modelos e com mais responsabilidade". A nova proposta, que irá em breve para a Assembleia da República, substitui toda a legislação avulsa e vem regular a constituição e as atribuições, organização, funcionamento, competência e fiscalização pública das instituições de Ensino Superior.No que respeita à criação de instituições públicas ou privadas do Superior, o texto da nova lei "impõe níveis absolutos de pessoal doutorado a tempo inteiro, em função da dimensão das instituições e introduz a "diversidade de estatuto legal das instituições públicas com a criação de fundações públicas de direito privado". Uma das propostas que vai suscitar maior debate na comunidade universitária.Além destas medidas, prevê-se o reforço da responsabilidade dos dirigentes das instituições de Ensino Superior públicas e a limitação a oito anos dos mandatos consecutivos dos dirigentes de topo, além de ser consagrada a autonomia de gestão financeira e de gestão de pessoal das instituições de Ensino Superior.Neste âmbito, procura-se proceder ao reforço de garantias, designadamente em matéria patrimonial ou financeira e de transparência, quanto às identidades dos seus proprietários (no caso do Superior privado). Um reforço que surge na linha do que o ministro Mariano Gago tem defendido, designadamente face à crise nas universidades Independente e Moderna. Acelerar reformasOntem, no final da reunião - que se realizou, excepcionalmente, em São Bento, o primeiro-ministro anunciou a vontade de acelerar o passo nas reformas estruturais, mas recusou a ideia de que esta pressa repentina surgisse por pressão do presidente da República.O Conselho de Ministros "revelou uma preocupação do Governo acelerar as reformas, de modo a que possam ser aprovadas na Assembleia da República até ao fim da sessão legislativa", disse José Sócrates, no final da reunião com os ministros onde foram aprovadas várias medidas governamentais. O chefe de Governo reafirmou, para justificar o passo rápido, que "nas áreas em que aprovámos agora diplomas, ficaremos mais libertos a partir do momento em que ocuparmos a presidência da União Europeia, a 1 de Julho".As reformas em causa (ver também textos em baixo e página 21), seguem agora caminho para o Parlamento, onde estarão em debate com a Oposição.
15.6.07
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Avaliação,
Ensino Superior
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