No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Formação profissionalizante "agarra" alunos desmotivados

28 de Junho de 2007, Jornal de Notícias

O carácter muito prático dos cursos de Educação e Formação, com menor carga de disciplinas teóricas e mais tempo destinado à aprendizagem de uma profissão, tem sido o "isco" para prender, nas escolas com o 3.º ciclo, adolescentes com um passado de grande insucesso e repetência. O sucesso da aposta até aqui registada num ensino mais profissionalizante fez com que, no próximo ano escolar, os cursos de Educação e Formação quase dupliquem, passando dos actuais 1288 para 2900 ofertas em todo o país. Para muitas escolas, a criação de um curso de Educação e Formação de nível 2, para adolescentes maiores de 15 anos, serviu como uma forma de fazer diminuir os níveis de indisciplina e insucesso na escola. A experiência adquirida levou o Ministério da Educação a duplicar a oferta daqueles cursos já que contribuem "de forma decisiva, para dar resposta ao problema dos alunos que abandonaram precocemente o sistema de ensino sem a escolaridade obrigatória e sem uma qualificação profissional.Na Escola Secundária/3 Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, o curso de cabeleireiro é dos mais procurados e o que apresenta uma maior taxa de sucesso no que se refere à empregabilidade."Já há muitos empregadores de olho nestes alunos, mas já lhes dissemos que, primeiro, têm de acabar o curso para concluírem o 9.º ano e obterem um certificado profissional", disse ao JN Isabel Ferreira, vice-presidente do Conselho Executivo daquela escola.Aquela responsável confirmou que foi o elevado insucesso escolar e o risco de abandono que levou a escola a candidatar-se à oferta dos cursos de Educação e Formação."Tínhamos alunos muito desmotivados, com problemas de comportamento. Aliás, é a desmotivação que leva os alunos a desinvestir na aprendizagem e a portarem-se mal. Essa é a forma que têm de se distinguirem entre os colegas", referiu.O menor peso da carga das disciplinas teóricas não significa um descuido nas formações de base. Álvaro Santos,presidente do Conselho Executivo daquela escola, revelou que muitos dos alunos com elevado insucesso não dominam a leitura e a escrita. "Essa é a razão porque não conseguiam acompanhar as aulas e eram vítimas de insucesso tinham grande dificuldade em compreender o que liam", referiu. Por essa razão, todas as disciplinas dos cursos de Educação e Formação centram-se nessas competências como condição necessária à obtenção do conhecimento.Também na Escola Básica 2/3 de Miragaia, no Porto, os cursos de Educação e Formação foram bem sucedidos. Entre eles, o curso de empregados de mesa e bar é a "estrela" que acabou de lançar no mercado os seus primeiros profissionais."Era mesmo isto o que eu queria, um curso ligado à hotelaria, mas sem aquelas disciplinas de que eu não gostava, como Físico-Químicas, História, Ciências...", disse ao JN José Sílvio, de 16 anos.Outra escola onde os cursos de Educação e Formação têm constituído a melhor resposta para alunos oriundos de meios sociais desfavorecidos e com longa história de insucesso e repetência é "Nicolau Nazoni", no Porto."Procurámos motivá-los, oferecendo outros currículos que não os tradicionais, tendo o cuidado de lhes dar as bases para uma vida profissional", disse ao JN Conceição Sousa, presidente do Conselho Executivo. A proximidade de dois grandes centros comerciais motivou a criação de cursos - como o de cozinha - com boa empregabilidade.

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