No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Física e Química do 11.º ano volta a gerar polémica

30.06.07 , Diário de Notícias

Sociedade de Química diz que a questão 2.5.2 exigia "mínimos olímpicos"
A prova de Física e Química A do 11.º ano - à qual o Ministério da Educação já tinha anulado uma questão (item 4.2.1) devido a um erro numa figura, que impedia uma resposta correcta-, voltou a suscitar controvérsia. Desta vez, o problema não está exactamente na questão, na alínea 2.5.2, mas antes nos critérios de correcção da mesma, estabelecidos pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), do Ministério da Educação, que exigem um grau de pormenor que não é explícito no enunciado.O alerta partiu de Maria Filomena Camões, uma professora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e é subscrito pela Sociedade Portuguesa de Química (SPQ). No entanto, o Ministério da Educação (ME) rejeita qualquer imprecisão.Na pergunta em causa, sobre chuva ácida, os estudantes eram convidados a fazer um cálculo, explicitando os passos seguidos para chegar à resposta dada. O problema é que, para que a questão fosse considerada inteiramente correcta, de acordo com os critérios do GAVE, os examinandos tinham que considerar que a acidez da chuva tinha sido causada por um ácido forte. Algo que, para a SPQ, não era óbvio na questão."A resposta proposta pelo GAVE exigia aos alunos uns mínimos olímpicos", disse ao DN Ana Maria Rego, da SPQ. "O enunciado não dá constantes de acidez. Não explicita se está em causa um ácido forte ou fraco.E, ainda por cima, por ser água da chuva, necessariamente terá também ácidos fracos, como o ácido carbónico", explicou. Contactado pelo DN, Rui Nunes, assesor de imprensa do ME, assegurou que este aviso foi apreciado pelo GAVE, que afastou a possibilidade de "qualquer" incorrecção. "A senhora Maria Filomena Camões enviou essa dúvida por email, na quarta-feira, 25 de Junho, e no mesmo dia recebeu uma resposta onde se demonstrava que não havia qualquer erro. De resto, essa questão não foi levantada por nenhum dos professores de classificação e supervisores", garantiu. "É claro que uma questão pode suscitar respostas distintas, mas esta, em concreto, estava salvaguardada no programa do 11.º ano", acrescentou.Hipótese de recursoAna Rego reconheceu que, ao longo do ano lectivo, "nas aulas, os alunos aprendem que, quando não são dadas constantes de acidez, devem assumir tratar-se de um ácido forte". No entanto, insistiu que esse conhecimento não devia ser presuposto pelo GAVE: "Se um aluno alegar que não pode chegar a um resultado por não ter essas constantes, a resposta terá de ser considerada certa", avisou. "Não tenho dúvidas de que é isso que os correctores vão fazer. Se não à primeira, num eventual recurso dos alunos, com prováveis pareceres favoráveis." Com Lusa

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