No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Superior público assegura cada vez mais diplomados

18 de Janeiro de 2008, Jornal de Notícias

O Ensino Superior público está a esmagar o sector privado. Essa é a leitura que resulta da evolução dos dados oficiais, ontem divulgados, relativos ao número de diplomados. Em 2005/ /06, o sector público formou 50.518 alunos, enquanto que o privado apenas entregou diplomas a 21.310, menos 137% comparativamente ao Estado. Em 1997/98, a diferença era de 50%. Motivo aparente? O público passou a oferecer mais sete mil vagas, enquanto que o privado perdeu 8437 no espaço de uma década.Segundo os dados do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais, o número total de diplomados foi de 71.828 (46.478 em 1997/98), 47.131 dos quais licenciados (31.193 nove anos antes). O aumento de 54,5% no número de licenciados contribuiu muito para o volume, mas o grande salto aconteceu nos doutoramentos, de 375 para 1094 diplomas, um aumento na produção anual na ordem dos 190%.O Ensino Politécnico sofreu a maior evolução. Em 2005/06, formou 33.287 alunos nos vários graus de ensino (mais 97% do que em 1997/98), número não muito distante dos 38.541 diplomados pelas universidades. No entanto, o ritmo de crescimento na esfera universitária foi bem mais baixo 30%. Numa óptica regional, Lisboa e Norte são grandemente responsáveis pela evolução do número de diplomados. A título de exemplo, a região da capital licenciou mais de 17 mil dos 47 mil alunos formados em 2005/06, enquanto que o Norte contribuiu com 15.282 diplomados. A concentração das maiores universidades portuguesas junto daqueles dois pólos regionais constitui a explicação mais óbvia.A área da Saúde diplomou, no último ano lectivo em análise, mais 253% de alunos do que em 1997/98 - 15.662 diplomados contra apenas 4429 nove anos antes. A Educação, área grandemente responsável pelo desemprego em Portugal, tinha produzido mais 34% de diplomados em 2005/06 comparativamente a 1997/98. Numa óptica geográfica, não deixa de ser interessante constatar que, há quase uma década, era a região de Lisboa que produzia mais diplomados na área da Educação comparativamente ao Norte (2354 contra 2142). Em 2005/06, a relação tinha-se invertido, isto é, o Norte estava a produzir mais diplomados nesta área de formação (3512) do que a região da capital (2579). A área de formação dos serviços também se destaca pela duplicação da oferta de formados para o mercado.Outro dado curioso prende-se com o desequilíbrio entre homens e mulheres. No último ano apurado pelo GPEARI, o Ensino Superior produziu 46.988 mulheres diplomadas com os mais diversos graus, enquanto que o número de homens foi de 24.840. Este desequilíbrio é crescente, uma vez que em 1997/98 a diferença era na ordem dos 12 mil, em favor do sexo feminino, enquanto que agora é de 22 mil.

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