Fraca taxa de empregabilidade pode levar a extinção de cursos
30 de Janeiro de 2008, Jornal de Notícias
A falta de empregabilidade poderá conduzir à extinção de alguns cursos do Ensino Superior público. A mensagem foi deixada pelo ministro Mariano Gago, que revelou, ontem, aos deputados da comissão parlamentar de Educação dispor de dados estatísticos sobre os índices de emprego e de desemprego entre os diplomados.Sem querer divulgar os dados que tem em seu poder e que prometeu disponibilizar dentro de quinze dias, o ministro da Ciência e do Ensino Superior admitiu que serão retiradas conclusões do resultado deste estudo, que trata "informação pormenorizada de 26 mil dos pouco mais de 30 mil diplomados inscritos nos centros e emprego, no último trimestre do ano passado"."Se, depois de analisados os números, concluir que em relação a alguns cursos há problemas estruturais com uma baixa taxa de empregabilidade prolongada, deverão ser as próprias universidades públicas que devem reorganizar-se e eliminar esses cursos", esclarecer Mariano Gago aos jornalistas, no final da reunião da comissão. E referiu-se a casos (escusando-se a nomear exemplos) de cursos de onde o número de licenciados é residual.Além da extinção dos cursos por iniciativa das escolas, o governante lembrou a possibilidade de ser o Ministério a actuar, nomeadamente "tendo em conta os dados do emprego para ulterior disponibilização de vagas".Embora não tenha revelado indicadores objectivos, Mariano Gago não se coibiu de fazer uma análise política dos números que só ele (e a sua equipa) conhecerá."A probabilidade de ter emprego é superior entre os licenciados assim como o nível de rendimento é três vezes maior. O que permite concluir que ter uma licenciatura é um passaporte para o emprego". Uma afirmação contestada pelos deputados da Oposição que lembrou a necessidade de ter em conta os muitos caso de desadequação do emprego à formação dos licenciados. A resposta do ministro foi, uma vez mais baseada em dados que não revelou "Quase não há licenciados à procura do primeiro emprego há mais de doze meses e há uma aproximação muito rápida do tipo de emprego à habilitação nos primeiros cinco anos de actividade profissional". Na reunião de ontem, a primeira audição a Mariano Gago, no âmbito do novo regimento da Assembleia da República que prevê deslocações regulares dos ministros às comissões sectoriais, a Oposição, à Direita e à Esquerda do PS, confrontou o titular da pasta da Ciência e do Ensino Superior com questões relacionadas com o financiamento das universidades e o novo modelo de gestão. Os deputados do PSD, CDS-PP, do BE e do PCP alertaram para o facto de algumas universidades terem feito um "pré-anúncio de ruptura financeira". O ministro lembrou que no final do ano passado foi atribuída uma verba suplementar de sete milhões de euros e recusou a ideia de fazer uma gestão menos transparente dos contratos de financiamento que assina com as universidades. Quanto à criação de fundações como entidades gestoras das universidades, Gago considerou "um sucesso" que apenas (na óptica da Oposição) três universidade já tenha proposto a mudança e desafiou as quatro universidades de Lisboa a "trabalharem em conjunto".
30.1.08
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Etiquetas:
Ensino Superior
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