Escolas sem professores com formação em braille
5 de Janeiro de 2008, Jornal de Notícias
A Associação de Cegos e Amblíopes (ACAPO) lamenta que, 78 anos depois da oficialização do braille em Portugal, os alunos com deficiência visual tenham iniciado o ano lectivo sem professores com formação nesta área.Segundo a ACAPO, é imprescindível o conhecimento do braille por parte dos professores de Educação Especial, para que estes profissionais possam desempenhar adequadamente a sua função junto dos alunos e estes, por sua vez, tenham um bom percurso escolar e de forma igualitária com os restantes colegas.A associação, lembrando o Dia Mundial do Braille, que ontem se comemorou, chama a atenção para a "autonomia e independência" que este código de escrita e leitura proporciona às pessoas com deficiência visual, pelo que "é fundamental aprendê-lo e, por conseguinte, haver quem o ensine". Acrescenta a ACAPO que, apesar da importância desta ferramenta para a autonomia, mais uma vez, neste ano lectivo, os alunos de vários níveis de ensino terem professores de apoio sem formação em Braille. A mesma organização refere que tem tentado junto do Ministério da Educação resolver o problema, propondo ser ela própria a ministrar tal formação. No entanto, alega não ter recebido qualquer resposta. Este Dia Mundial do Braille assinalou o 199.º aniversário do nascimento de Louis Braille, francês, e que foi cego desde criança. O código que inventou é presentemente adaptado não só à escrita vocabular, em diversos alfabetos, tanto no modo integral como no modo estenográfico, como ainda à escrita da matemática, geometria, química, fonética, música e informática. O sistema é ajustável às línguas que se falam por todo o Mundo, onde existem cerca de 45 milhões de cegos e 180 milhões de amblíopes.Em Portugal, a Biblioteca Nacional é um dos repositórios de obras literárias transcritas para braille.Em termos de informação ao cidadão, a agência Lusa procurou saber se a União Europeia a disponibiliza em braille. Fonte da representação portuguesa no Parlamento Europeu adiantou que, se a houver, ela será "residual. Uma das responsáveis pelo Centro de Documentação da representação portuguesa da Comissão Europeia explicou que "poderá ser pedido ao Serviço Oficial de Publicações da UE legislação ou documentação específica", fornecida num suporte tecnológico que permite ao cego ter acesso à informação. A aposta dos organismos comunitários passa, neste momento, por disponibilizar online a totalidade da informação. A disponibilização electrónica é considerada por Bruxelas uma mais-valia para divulgar os documentos. Tanto mais, que a impressão em braille se torna muito mais volumosa que em qualquer outro código de linguagem.Ontem, a Universidade de Coimbra e a Direcção Regional de Educação do Centro, com o apoio da Valormed, lançaram em Coimbra os dois primeiros volumes de uma colecção para crianças, em braille sobre reciclagem.
5.1.08
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Etiquetas:
Educação - geral
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