Dadus ensina aos jovens os riscos da Internet
Se responderes a um inquérito na rua, dás o teu número de telemóvel? Quanto te pedem o telemóvel de um amigo, tu dás sem falar primeiro com ele? E a morada? E o e-mail? Estas são algumas das perguntas que Dadus (diminutivo de Eduardo) coloca a todos os que visitem o seu blogue (em www. dadus.blogs.sapo.pt). Dadus é o rosto da campanha promovida pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) e que visa, precisamente, alertar crianças e jovens para os riscos que correm quando divulgam os seus dados pessoais a estranhos, em qualquer circunstância, mas sobretudo através da Internet."Os jovens de hoje vivem na era do Big Brother e do Hi5, mas desconhecem os reais perigos que há na utilização das novas tecnologias", explicou à Lusa Isabel Cruz, secretária--geral da CNPD. "Por isso, decidimos fazer algo para que eles tivessem consciência desses riscos, para que tivessem autodeterminação."Desenvolvido pelo jornalista e escritor António Costa Santos e por uma equipa da CNPD, o Projecto Dadus destina-se às crianças e jovens, mas também aos professores. Para os mais novos existe o Dadus, um menino que foi concebido com o cuidado de não ser identificado com nenhuma tribo juvenil, para não afastar as outras. Para os professores, foi produzido o "Guia de Protecção de Dados" - manual a ser aplicado nas escolas do 2.º e 3. º ciclos e que aborda temas como as redes sociais na Internet, a utilização de correio electrónico, o universo dos telemóveis ou a videovigilância. "Dados pessoais são todas as informações que possam ser relacionadas com o teu nome", explica Dadus no seu blogue. Por exemplo, dizer que se é fã de Shakira, em que escola se anda, quantos anos se tem. "O fornecimento de dados pessoais é um factor de risco, mas há estudos que demonstram que o contacto com estranhos, falando de sexo ou assediando e agredindo outros, representam um risco maior. O perigo não está tanto naquilo que se revela mas nos comportamentos e nos conteúdos das conversas dos jovens", alerta Tito de Morais, criador do projecto MiudosSegurosNa.Net, que está habituado a dar palestras a jovens, pais, professores. "Se eu perguntar aos miúdos do 2.º ciclo quem é que lá em casa percebe mais de computadores, eles respondem que são os pais. Mas no 3.º ciclo já dizem que são eles, já não ouvem os pais", diz. Daí a importância de agir cedo, para ensinar os mais novos a aproveitar o melhor que as tecnologias têm, mas a fazerem-no em segurança. É por isso que, apesar de elogiar a iniciativa da CNPD, Tito de Morais afirma: "Não basta ensinar os nossos filhos que não podem dar os seus dados pessoais. Até porque, às vezes, esses dados são revelados por amigos. É preciso fazer muito mais."
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