Dia Mundial do Braille: Alunos cegos não têm professores especializados nas escolas
A Associação de Cegos e Amblíopes (ACAPO) lamenta que, 78 anos depois da oficialização do Braille em Portugal, os alunos invisuais portugueses tenham iniciado o ano lectivo sem professores com formação nesta área.Segundo a ACAPO, é imprescindível o conhecimento do Braille por parte dos Professores de Educação Especial para que estes profissionais possam desempenhar adequadamente a sua função junto dos alunos e estes, por sua vez, tenham um percurso escolar de forma igualitária com os restantes colegas. Na véspera da comemoração do Dia Mundial do Braille, a associação chama a atenção que apesar deste sistema estar oficializado como código de escrita e leitura, o seu ensino ainda é alvo de preocupação por parte dos alunos deficientes visuais, famílias, professores e da ACAPO. "Apesar de já se utilizar esta linguagem em muitas áreas, o que permite a autonomia e independência das pessoas com deficiência visual, o que é fundamental é aprendê-lo e, por conseguinte, haver alguém que o ensine", refere a associação. Contudo, acrescenta a ACAPO, mais uma vez neste ano lectivo os alunos de vários níveis de ensino, incluindo do primeiro ciclo do ensino básico, têm professores de apoio sem formação em Braille. A ACAPO refere que tem tentado junto do Ministério da Educação resolver a situação propondo ser a própria a ministrar formação aos Professores de Educação Especial. No entanto, afirma a associação, apesar das aulas do segundo período lectivo já terem iniciado, o ministério ainda não respondeu à proposta apresentada. No dia 4 de Janeiro de 2008 comemora-se o 199.º aniversário do nascimento de Louis Braille, aquele que para a associação foi o maior benfeitor das pessoas cegas de todo o Mundo. O Sistema Braille por ele criado é considerado um importante instrumento para a educaçao, reabilitação e inserção socio-profissional dos deficentes visuais. O Sistema Braille, tal como foi concebido por Louís Braille (1829) e, mais tarde, reconhecido em Portugal pelo Ministério da Instrução Pública, em 1930 é um modelo de lógica simples de 6 pontos tácteis. Porém, adianta a associação, a realidade braillográfica deixou de satisfazer há muito as necessidades sentidas pelos utilizadores, que passaram a aplicar o Braille, não só à escrita vocabular, em diversos alfabetos, tanto no modo integral como no modo estenográfico, como também à escrita da matemática, geometria, química, fonética, música e informática. Por todo o mundo, existem 45 milhões de cegos e 180 milhões de amblíopes. Em Portugal, existem cerca de 163 mil deficientes visuais dos quais 787 estão no sistema de ensino. Segundo dados do Ministério da Educação, do total de alunos com problemas visuais 164 tem ausência total de visão e estão distribuídos por 111 escolas.
4.1.08
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Alunos
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