No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Professores desaprovam novas orientações

4 de Outubro de 2007, Jornal de Notícias


Um documento "difícil, pouco útil e eivado de erros de orientação pedagógica". Foi assim que a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) classificou a proposta de reajustamento do programa de Matemática para o Ensino Básico, cujo período de discussão pública termina hoje. Uma das críticas prende-se com a falta de definição quanto às matérias a dar em cada ciclo e o campo aberto que isso possibilita às editoras na escolha dos assuntos a leccionar.Entre as críticas feitas ao novo documento, a SPM destaca a falta de "metas claras e verificáveis para as diversas etapas", porque "o estado actual do ensino e das escolas necessita de recomendações claras,precisas e se possível ano a ano. É absolutamente indispensável que os professores e as escolas trabalhem com metas claras".Graça Zenhas, professora de Matemática, disse ao JN que "não está definido o que os alunos devem saber no final de cada ciclo e isso é uma matéria que deveria estar inequívoca nos programas". Segundo aquela professora, "há aspectos do programa muito importantes onde a indefinição é total, e isso permite às editoras serem fazedoras de currículos, já que os professores, à falta de orientações precisas, seguem os manuais escolares".No que se refere ao uso de calculadoras na sala de aula, a SPM lamenta que a proposta de reajustamento dos programas continue a sobrevalorizar aquela máquina. Segundo aquela sociedade, "a calculadora não deve estar à disposição do aluno para uso indiscriminado".Graça Zenhas lamentou que o documento, colocado à discussão pública desde 4 de Julho, tivesse tido pouca divulgação. "Há colegas que nem o conhecem ainda! E tratando-se de uma disciplina catastrófica, o Ministério da Educação deveria ter promovido um amplo debate, envolvendo todos os professores", salientou.Por seu turno, Rita Bastos, presidente da Associação de Professores de Matemática, considerou as propostas de reajustamento do programa como "globalmente positivas".Recorde-se que, neste momento, o ensino da Matemática no Ensino Básico é regido por um programa, de 1991, e por um currículo nacional, de 2001.

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