Ministra e PGR às avessas com violência escolar
31 de Outubro de 2007, Jornal de Notícias
A ministra da Educação e o procurador-geral da República trocaram ontem picardias sobre o problema da violência escolar. Começou com Maria de Lurdes Rodrigues, que disse não compreender porque o PGR disse ter como prioridade a investigação destes ilícitos. A ministra garantiu, em declarações à TSF, que o número destes casos baixou durante o último ano e que é "marginal". Pinto Monteiro respondeu, mais tarde, no Parlamento "O que pretendo é pedir aos conselhos das escolas que participem os casos, o que hoje não acontece".A polémica acendeu-se depois de, no domingo, Pinto Monteiro ter dito ao JN que vai emitir uma directiva para o Ministério Público recolher os dados "de todos os ilícitos que ocorram nas escolas". Uma semana antes tinha dito ao semanário "Sol" que "a sensação de impunidade tem de acabar". Justificando assim "Um miúdo de 15 ou 16 anos que exerce violência sobre o colega ou professor e que a directora, porque tem medo, não participa às autoridades é uma situação tremenda".Porém, para Maria de Lurdes Rodrigues a escola continua a ser um local seguro para as crianças. "O que sabemos é que neste último ano lectivo a violência e a indisciplina, estas ocorrências, baixaram muito e estamos sempre a falar de actos muito marginais e de uma incidência muito, muito reduzida", explicou. A ministra diz que mandou recolher os dados existentes, para os tornar públicos em breve.Lurdes Rodrigues diz, aliás, que há questões "bem mais graves" que deveriam merecer uma maior atenção de Pinto Monteiro, isto porque, insistiu, "em regra, as ocorrências são raríssimas". A ministra confirmou ainda que a procuradoria não pediu qualquer elemento sobre a questão ao Ministério e que ainda não houve qualquer conversa a esse respeito entre Maria de Lurdes Rodrigues e Pinto Monteiro."Certamente que não o fará sem antes ouvir e se informar sobre as situações e portanto confio que a sua sensibilidade o ajudará a resolver este problema", concluiu a ministra da Educação."Muito contente", diz PGRHoras depois, surgiu a resposta. Sem citar a ministra, Pinto Monteiro mostrou-se surpreendido pela polémica levantada. "Sinto-me muito contente por ter dito isso, porque pretendo que essas coisas mais pequenas não fiquem impunes, e a verdade é que ficam", disse aos deputados.Falando sobre a mesma directiva que pretende dar ao MP, o PGR insistiu na sua necessidade, dizendo que as escolas "não entregam queixas" nem de casos de violência, nem tão pouco de outros como "carros de professores riscados". Pinto Monteiro insiste que isto "gera nos miúdos um sentimento de impunidade", que considera nefasto. "Se pus isto na ribalta é por terem sido consideradas coisas menores" até aqui, concluiu.A polémica aguarda agora desenvolvimentos a ministra deverá tornar públicos os dados sobre violência escolar em breve.
31.10.07
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Etiquetas:
Educação - Ministério da Educação
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