No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Novo método para ensino da leitura

2007-10-22, Correio da Manhã

Um estudo sobre a avaliação do nível de leitura dos mais novos propõe que sejam dado aos alunos do 2.º ano de escolaridade, textos curtos, com 70 a 120 palavras. No relatório intitulado ‘Para a Avaliação do Desempenho de Leitura’, que hoje será apresentado na I Conferência do Plano Nacional de Leitura, em Lisboa, as investigadoras apresentam um conjunto de propostas para a criação de referenciais nacionais de aprendizagem da leitura ao longo dos 1.º e 2.º Ciclos.
O trabalho, desenvolvido por Inês Sim-Sim e Fernanda Viana, da Escola Superior de Educação de Lisboa, traça também vários pontos críticos sobre os actuais métodos de ensino.Em relação aos alunos do 2.º ano, as autoras defendem que os textos devem ser narrativas, poemas ou instruções sobre o quotidiano. Os alunos devem aprender “o sentido global” do texto e identificar “detalhes relevantes”.No 4.º ano, os textos devem ser literários, informativos, associados a material escrito e gráfico, como mapas, receitas ou jogos. Devem ter entre 250 a 700 palavras e os alunos deverão apreender o sentido global do texto, identificando o tema central e os aspectos acessórios.Já no 6.º ano, os textos devem ter de 300 a 800 palavras e os alunos devem conseguir diversificar estratégias de leitura, emitir juízos sobre o texto ou usar detalhes do texto para o interpretar. No final deste ano, devem dominar estratégias de leitura, desenvolver o espírito criativo e ler obras integrais. Sobre as lacunas da actual forma de ensino, as investigadoras dizem que faltam instrumentos para avaliação do desempenho de leitura dos alunos, nomeadamente no 2.º Ciclo. “Há escassez de medidas fiáveis, válidas e aferidas nacionalmente. A definição de referenciais para a aprendizagem da leitura exige a elaboração de provas nacionais referenciadas a critérios”, indicam. A ideia é de que no futuro exista um instrumento que permita avaliar as capacidades e competências dos alunos, nomeadamente em três ‘grandes etapas’: 2.º, 4.º e 6.º anos. O trabalho propõe a construção de um repositório de itens, com 348 palavras, para leitura de palavras isoladas, o “primeiro passo para a criação de um banco nacional de itens”. Segundo os dados do PISA 2003, estudo internacional que avaliou as competências dos alunos de 15 anos em literacia de leitura e matemática, 48% dos estudantes portugueses possuem conhecimentos básicos de leitura e 22% são considerados maus leitores.O estudo da Escola Superior de Educação de Lisboa analisou 18 provas de leitura e oito provas de emergência de leitura realizadas por cerca de 8500 alunos dos 1.º e 2.º Ciclos. Segundo as investigadoras, verificou-se uma “preponderância de provas de leitura de palavras isoladas e escassez de avaliação de compreensão de textos”.
CONCURSO DIRECTO PARA BIBLIOTECAS
A sessão de abertura da I Conferência do Plano Nacional de Leitura conta com a presença da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues; do administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Marçal Grilo; e da comissária do Plano, Isabel Alçada. Nos dois dias serão apresentados cinco estudos. Os ex-ministros David Justino, Júlio Pedrosa e Roberto Carneiro e os reitores Carlos Reis (Universidade Aberta) e António Nóvoa (Universidade de Lisboa) são alguns dos moderadores das conferências e debates. O Plano foi lançado em Junho de 2006.
ANTIGOS MINISTROS JUNTOS PELA LEITURA
No próximo concurso nacional, os professores vão poder candidatar-se à coordenação das bibliotecas. “Será possível concorrer exclusivamente para coordenador de biblioteca, mas os termos em que esse concurso irá decorrer estão ainda por definir”, diz Teresa Calçada, responsável pela Rede de Bibliotecas Escolares. Actualmente 107 docentes dos 2.º e 3.º Ciclos e cerca de 130 do 1.º Ciclo trabalham a tempo inteiro nas bibliotecas dos agrupamentos a que pertencem. Teresa Calçada garante que, até ao final de 2008, “todas as escolas dos 2.º e 3.º Ciclo ficam integradas na rede”.
OS NÚMEROS DO PNL
1.000.000 de crianças do Pré-escolar ao 2.º Ciclo foram abrangidas por actividades diárias de leitura orientada.
8.934 escolas e jardins-de-infância registaram-se no Plano Nacional de Leitura (PNL), indicando as suas actividades.
643 títulos, organizados em 23 listas de obras, foram recomendados pelo PNL, para leitura nas salas de aula e em casa.
176 bibliotecas públicas aderiram ao Programa de Promoção da Leitura, realizando 644 projectos de promoção da leitura.49 câmaras municipais assinaram protocolos com a comissão do PNL; 128 estão em vias de o fazer.
20.000 crianças e jovens participaram nos 7 concursos e passatempos de leitura, que envolveram 7000 escolas.
30.000 visitas por mês, em média, no site Ler + (www.planonacionaldeleitura.gov.pt).
34 por cento da população escolar não tem acesso à rede de bibliotecas escolares na escola que frequenta.

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