No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Universos paralelos intrigam cientistas

31.12.07, Diário de Notícias

Apesar de ser muito popular e bastante usada nos livros e filmes de ficção, a ideia dos universos múltiplos é encarada de forma séria pelos cientistas. O astrofísico Aurélien Barrau escreve, no número de Dezembro da revista Cern Courrier, da Organização Europeia para a Investigação Nuclear, que a ideia "de uma multitude de universos é mais do que uma invenção fantástica, que aparece naturalmente em várias teorias e merece ser levada a sério". "Estes universos múltiplos não são propriamente teorias mas consequências de teorias elaboradas para responder a questões claras de física das partículas ou da gravitação. Muitos dos problemas centrais da física teórica encontram aqui uma explicação natural", resume este físico do Laboratório de Física Subatómica e de Cosmologia. Com este raciocínio, "o nosso universo não seria mais do que uma ilhota irrisória no seio de um imenso 'multiverso' infinitamente vasto e diversificado". E, prossegue o cientista, "se isso fosse verdade, poderia tornar-se para o homem, que está há muito tempo no centro do Universo, uma 'quarta ferida narcísica', depois das infligidas por Copérnico, Darwin e Freud".
Tema de filmes
Imaginar que existe uma multitude de universos responderia a uma das interrogações dos físicos: por um qualquer acaso - excepto acreditar em Deus -, o nosso universo, se fosse o único existente, teria precisamente as leis e as constantes físicas que teriam permitido o aparecimento de astros, de planetas e finalmente de vida."As características do nosso universo explicam-se bem se supusermos que todas as versões imagináveis, ou não, da realidade existem 'algures'", resumia há alguns anos o astrofísico Max Tegmark. Foi em meados do século XX, mais precisamente em 1957 que, pela primeira vez, foi avançada a ideia dos mundos paralelos pelo físico americano Hugh Everett, para interpretar certas bizarrias da física quântica, para o senso comum. As partículas podem encontrar- -se numa sobreposição de estados - como se um gato pudesse estar, ao mesmo tempo, vivo e morto, segundo o célebre paradoxo relevado por um dos "pais" da física quântica Erwin Schrödinger. Mas um estado só se torna realidade quando o observamos. As outras probabilidades não se concretizam nos outros universos, teorizou Hugh Everett, assim como outros físicos.Existiriam, portanto, e segundo este raciocínio, vários universos paralelos que tiveram um passado comum, antes de divergirem para uma outra possibilidade. A antiga série de televisão norte-americana Sliders [teve uma passagem breve pela televisão portuguesa, na SIC Radical, intitulada Mundos Paralelos], onde os heróis deslizavam de mundo em mundo, inspirou-se na mesma ideia da trilogia de Philip Pullman. [designada em Portugal por Mundos Paralelos, com os títulos Os Reinos do Norte, A Torre dos Anjos e O Telescópio de Âmbar, que deram origem ao filme A Bússola Dourada, em exibição]."Este mundo, como todos os outros universos, nasceu do resultado das probabilidades", explica Lorde Asriel a Lyra, a jovem heroína de Mundos Paralelos, evocando as partículas elementares. "Num determinado momento, são possíveis várias coisas e no instante seguinte apenas ma se produz, e o resto não existe. E no entanto nasceram outros mundos, nos quais essas outras coisas foram produzidas."

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