Cientistas observam força incomensurável
Vários telescópios de longo alcance detectaram ontem um fenómeno cósmico de rara violência e até agora inédito nos registos científicos. Trata-se de um ataque de um buraco negro que, a partir do centro da galáxia de que faz parte, lançou uma violenta saraivada de partículas de alta energia e fortes campos magnéticos, contra uma galáxia próxima. O ataque libertou enormes quantidades de radiação, essencialmente assumindo a forma de raios X e gama.O ataque deu-se sobre uma galáxia mais pequena. Os cientistas estimam que qualquer vida que estivesse no caminho dos jactos de partículas desapareceria por completo. O fluxo devoraria toda a camada de ozono existente em planetas como a Terra, deixando milhões de quilómetros literalmente sem vida.A observação foi feita com o auxílio da base espacial Chandra, bem como dos telescópios Hubble, Spitzer, VLA e Merlin. O fenómeno passou-se a uma distância de 1,4 mil milhões de anos-luz da Terra."Já tinham sido observados fenómenos produzidos por buracos negros, mas esta é a primeira vez que se observa um ataque desta natureza", referiu Dan Evans, investigador do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian (Estados Unidos), que dirigiu o estudo. "Este fenómeno pode causar imensos problemas à galáxia atingida", referiu.O sistema de galáxias envolvidos - giram uma à volta da outra - é conhecido por 3C321, mas os cientistas criaram-lhe a alcunha de "estrela da morte". As partículas são lançadas praticamente à velocidade da luz e mesmo assim podem ter demorado milhares de anos terrestres a atingir o seu alvo, tais são as distâncias a percorrer. A maior parte das galáxias - ou talvez a sua totalidade -, incluindo a Via Láctea, a que pertence a Terra, têm no seu interior buracos negros. Neste caso, trata-se de uma galáxia maior atacando uma mais pequena."Os buracos negros são famosos por criarem devastação à sua volta", referiu Neil Tyson, director do Hayden Plenetarium de Nova Iorque. "Neste caso é como um cobarde que dá um murro num ser mais pequeno que lhe passa por perto", afirmou.Ainda há muitas perguntas sem resposta, no que diz respeito ao conhecimento dos buracos negros. Os cientistas pensam que, com a presente observação telescópica, se poderá avançar muitíssimo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário