No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Três maiores colégios da Casa Pia suspendem avaliação de professores

01.11.2008 - Jornal Público

Os três maiores colégios da Casa Pia decidiram suspender a avaliação de desempenho dos professores devido à carga burocrática exigida às escolas, anunciou o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL).Em declarações à Lusa, Óscar Soares, vice-presidente daquela estrutura sindical, revelou que a avaliação de desempenho foi suspensa nos colégios de Pina Manique, Nuno Álvares e Jacob Rodrigues Pereira.“A decisão foi tomada após várias reuniões realizadas durante a semana passada”, explicou o sindicalista, sublinhando que os professores não estão contra a avaliação mas sim contra a carga burocrática que ela implica. De acordo com o vice-presidente do SPGL, os docentes entendem que a avaliação de desempenho prejudica o funcionamento da escola e a aprendizagem dos alunos. Dos 120 professores do Colégio Pina Manique 89 participaram na reunião em foi decidida a suspensão, tendo 85 votado a favor da suspensão. No Colégio Nuno Álvares, votaram a favor da suspensão 78 dos 83 professores presentes na reunião, enquanto no colégio Jacob Rodrigues Pereira votaram favoravelmente 48 dos 50 docentes. Óscar Soares adiantou ainda que os outros colégios da Casa Pia deverão seguir o exemplo das três instituições. “Na quarta-feira à tarde, a direcção da Casa Pia vai reunir com os sindicatos e na quinta-feira haverá outra com os professores dos outros colégios”, explicou. Um processo sob contestaçãoA avaliação de desempenho arrancou no passado ano lectivo para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, num total de cerca de sete mil, aos quais foi aplicado um regime simplificado. Este regime deveria ser aplicado de forma universal no actual ano lectivo, tendo em conta apenas quatro critérios (ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua), o que acabou por não acontecer.Perante o acumular de tarefas burocráticas, que os professores dizem estar a prejudicar a componente lectiva, a Federação Nacional dos Sindicatos de Educação estima que 80 escolas já suspenderam ou pediram a suspensão das avaliações, um número que a Fenprof acredita ser superior. Noutras escolas, foram os próprios professores a decidir suspender a sua participação na avaliação, como foi o caso ontem de 90 dos 93 docentes da Secundária Dona Maria, em Coimbra (a escola pública com melhor média na primeira fase dos exames nacionais) e na Internet os blogues dedicados à educação dão voz a diversas iniciativas pedindo a paragem deste processo.Ontem, a ministra da Educação avisou que os professores que não se sujeitarem a avaliação não vão progredir na carreira, uma ameaça que os sindicatos rejeitam.A Plataforma Sindical de Professores, que junta movimentos independentes e a Fenprof, agendou para 8 de Novembro uma manifestação nacional em Lisboa, na qual os docentes vão exigir a revisão do actual modelo de avaliação.

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