No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Algarve com má nota no 9.º ano devido a alunos externos

03.11.08, Diário de Notícias

Os responsáveis das escolas secundárias Tomás Cabreira, de Faro, Júlio Dantas, de Lagos, e de Tavira, mostram-se surpreendidos e "indignados" com a má posição no ranking ao nível do terceiro ciclo, sobretudo por já não possuírem esse grau de ensino. E admitem que tal possa estar relacionado com o facto de alguns dos alunos dos Cursos de Educação e Formação (CEF), autopropostos para exame de equivalência ao 9.º ano, de forma a poderem prosseguir os estudos no ensino regular, terem tido notas negativas a Língua Portuguesa e Matemática. Uma situação que até consideram normal, uma vez que a matéria por eles estudada em poucos meses nessas disciplinas - e por iniciativa própria - é diferente da ministrada aos outros estudantes durante o ano lectivo. Já para a Escola Poeta António Aleixo, de Portimão, considerada em 2007/2008 a melhor do ensino secundário público no Algarve, e que também não conta com terceiro ciclo há mais de dez anos, a má classificação a esse nível no ranking tem a ver com exames do 9.º ano feitos por dois ex-alunos de antigos cursos profissionais nocturnos noutro estabelecimento de ensino. "É um erro, mas quem fez o ranking é que deve saber responder. O fundamental é que no secundário, com o total dos nossos alunos [1100], a nossa escola ficou muito bem posicionada, quer a nível nacional quer do distrito de Faro", disse ao DN o presidente da Comissão Administrativa Provisória, José Rasquinho.Na Secundária de Tavira, mais de metade dos cerca de 70 alunos dos já referidos Cursos de Educação e Formação efectuaram, em 2008, exames de Língua Portuguesa e Matemática, por iniciativa própria, para o nono ano. "Não houve uma única nota positiva em Matemática. Já em Português registaram-se algumas positivas. Esses alunos não têm condições para passar porque fazem os exames só por si, sem seguirem a matéria que os do ensino regular aprendem. A intervenção de uma escola num aluno autoproposto de cursos profissionais é zero", observou José Baía, presidente do Conselho Executivo da escola. O ranking, acrescentou, "tem o peso que tem, é um pouco ambíguo e nem sequer tem em conta aquela situação, estando, por isso, a cometer erros em situações que não são comparáveis".Em Faro, na Escola Tomás Cabreira, de um total de 541 estudantes, 69 pertencem ao CEF. Em 2008, apenas dois decidiram ir a exame para o nono ano. "São alunos que se autopropõem e não os podemos recusar. Agora, não podem é fazer parte do ranking. E o facto de contarem é, para mim, absurdo, porque não temos 9.º ano", frisou o presidente do Conselho Executivo, Rui Grilo, reconhecendo que os resultados dos estudantes do CEF nesses exames são "péssimos porque esse sistema de ensino não os prepara minimamente para exames, uma vez que não é essa a sua função"."Não entram em pé de igualdade "Na Escola Secundária Júlio Dantas, em Lagos, só dois dos 20 alunos do CEF foram a exame de Língua Portuguesa e Matemática para equiparação ao nono ano, tendo tido nota 2 (negativa) em cada uma dessas disciplinas. "Não entram em pé de igualdade com os do ensino regular, pois têm é de se preocupar com o seu curso", notou Elisabete Araújo, vice-presidente do Conselho Executivo, para quem cabe ao Ministério da Educação criar condições para alterar a situação. A escola "apoia sempre que possível" esses alunos ao disponibilizar professores de Língua Portuguesa e Matemática para prepararem, cerca de dois meses antes, os exames.

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