No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Bullying praticado tanto na primária como no superior

12 de Novembro de 2008, Diário Digital

O bullying é praticado tanto por crianças de seis anos como por estudantes do Ensino Superior, que nos recreios ou corredores das escolas perseguem, humilham e intimidam colegas, segundo o balanço de seis meses de uma linha telefónica de apoio.
Elizabete Pinto, do Instituto de Mediação da Universidade Lusófona do Porto, explica que a equipa multisdisciplinar da linha de apoio a famílias e alunos vítimas de bullying (808968888) acompanhou nove casos, a maioria denunciados no distrito de Lisboa, tendo recebido 24 solicitações.
O fenómeno caracteriza-se pela perseguição e humilhação continuada e intencional de um ou mais colegas que recorrem ao seu poder para intimidar outro mais fraco, tornando-o vítima numa relação em que o poder e a desigualdade o impedem de se proteger, envolvendo insultos, humilhações, exclusão e troça que acontecem de forma permanente e persistente sobre a mesma vítima.
«O bullying existe em contexto escolar, do primeiro ciclo ao ensino superior, é habitualmente cometido por rapazes, a maioria das agressões são verbais e as vítimas têm receio em falar do problema», revelou à agência Lusa a especialista.
Dos casos relatados e acompanhados pela equipa da linha, o maior destaque vai para as agressões verbais e depois para as físicas.
«Entre os alunos agressores, há mais rapazes que habitualmente actuam em grupo. As suas idades vão dos seis anos aos 20 anos. Em termos de escolaridade, o fenómeno é transversal e ocorre entre o primeiro ciclo e o ensino superior», retratou a especialista.
As chamadas feitas para a linha demonstraram também que os casos de bullying decorrem em locais onde não há supervisão dos adultos, por exemplo receios, corredores, intervalos ou na hora de saída da escola e os alunos quando são vítimas raramente pedem apoio.
Em termos de sintomas, os predominantes entre as vítimas são os psicológicos, entre os quais a tristeza, a perda de apetite, a apatia e perturbações do sono, provocando alterações no rendimento escolar e na inclusão destes alunos na escola.
Para a especialista, os resultados obtidos através da linha telefónica «servem de base de estudo para delinear estratégias de intervenção nas escolas, nomeadamente através do projecto Aprende para Vencer».
A equipa multidisciplinar ao dispor da família e das vítimas de bullying é composta por elementos da área de psicologia, psicophttp://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=61&id_news=358493&page=0edagogia, mediação, educação e direito.
Esta linha, criada pela Associação Nacional de Professores em parceria com a Universidade Lusófona, teve um período experimental até Junho e foi reactivada no início do presente ano lectivo, funcionando das 18:00 às 20:00 todos os dias.
Nos Estados Unidos, o bullying afecta entre 20 e 58 por cento dos estudantes e constitui já uma das principais causas de absentismo escolar, levando mais de 160 mil alunos a faltar diariamente às aulas, com medo.

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