No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

700 euros para estudar no privado

03.11.08, Diário de Notícias

Colégios. Custos mensais nas escolas de topo não estão ao alcance de todos Ter os filhos a estudar nas escolas que atingiram as melhores classificações no ranking dos exames nacionais é o sonho de muitos pais, mas não está ao alcance da bolsa de todos. O ensino secundário na Academia de Música de Santa Cecília, em Lisboa, a melhor escola do País de acordo com a listagem elaborada pelo DN, custa 430 euros mensais, no mínimo, além dos 290 de inscrição. No entanto, se o aluno almoçar na escola tem de pagar mais 106 euros, e se utilizar o transporte de e para casa acrescenta à conta final mais 100 euros, caso pague pelo trajecto mais longo. Ou seja, a conta mensal pode chegar aos astronómicos 636 euros.Apesar de ser a primeira no ranking das classificações, a Academia de Música de Santa Cecília não é a número um das mensalidades. Mais caro é, por exemplo, o Colégio Valsassina, em Lisboa, que num primeiro mês com inscrição, mensalidade, refeições e transporte pode atingir os 948 euros. Após este primeiro investimento, manter um estudante do secundário custa em média ao bolso dos pais 690 euros mensais.Também associado a garantias de sucesso escolar é o Colégio São João de Brito, em Lisboa. Aqui, o ensino procurado por quem aspira a um percurso brilhante no secundário custa 678 euros. Ou seja, 464 euros de mensalidade, mais 119 pelas refeições e 95 pelo transporte. Já no Colégio Moderno, que também se situa na capital, por mês a educação de um jovem que frequente o 10.º ano custa, com todas as despesas incluídas, 633 euros, sem contar os 255 euros da inscrição. Estes valores mostram que, além do esforço do aluno, os sacrifícios dos pais também podem fazer a diferença na luta pelo sucesso escolar, já que em Portugal o ordenado mínimo se situa nos 426 euros mensais. Metade do privado é grátisMas também é possível chegar ao ensino privado sem ter uma conta bancária mais recheada do que a média. Nos colégios de topo, as oportunidades são raras, mas existem. A Academia de Santa Cecília tem actualmente dois alunos carenciados, financiados ao abrigo de um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia. E o Colégio São João de Brito mantém uma oferta gratuita, no regime nocturno, ao abrigo dos contratos de associação celebrados com o Ministério da Educação.Estes contratos - pensados para assegurar a oferta gratuita em locais (ou segmentos) onde a rede pública é deficitária - são mesmo a principal fonte de sobrevivência de muitas escolas privadas, algumas delas bastante distantes do topo dos rankings. Aliás, segundo a Associação de Esta- belecimentos do Ensino Privado (AEEP), metade dos alunos do sector não paga.

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