No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Pais cautelosos em relação a medidas de simplificação da avaliação de professores

20.11.2008 -Jornal Público

As confederações representativas dos pais e encarregados de educação mostraram-se cautelosas nas primeiras reacções às mudanças ao processo de avaliação dos professores, anunciadas pela hoje pela ministra da Educação e aprovadas em Conselho de Ministros extraordinário, embora reconheçam que traduzem abertura.A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou hoje medidas de simplificação do modelo de avaliação de desempenho dos professores destinadas a resolver "problemas" relacionados com o excesso de burocracia e a sobrecarga de trabalho dos docentes.O vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), António Amaral, citado pela agência Lusa, considera que as decisões anunciadas pela ministra "vão de encontro às principais reivindicações" apresentadas tanto pelos pais como pelos professores. "São algumas das questões mais pertinentes apresentadas pela Confap" no processo negocial com o Governo, acrescentou.Já a presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), Maria José Viseu, em declarações à Lusa, mostrou-se moderadamente optimista ao afirmar: "Não sei até que ponto estas medidas irão simplificar" o processo de avaliação, que classifica de "extremamente burocrático". Maria José Viseu acrescenta que se as medidas anunciadas simplificarem o processo de avaliação e "se for dado tempo às escolas [para o realizar]" poderão ser "boas" decisões. Contudo, alimenta dúvidas de que "três medidas possam desburocratizar o processo", revelando aqui "algum cepticismo".Três áreas problemáticasMaria de Lurdes Rodrigues, explicou, em conferência de imprensa, que depois de ter ouvido diversos peritos considerou desnecessário suspender a avaliação por ter “soluções para os problemas” apontados pelas escolas, que dividiu em três grandes áreas: avaliadores de áreas diferentes dos avaliados, burocracia e sobrecarga de trabalho.Para solucionar o primeiro problema identificado pela tutela, a ministra garantiu que “todos os avaliados vão poder requerer um avaliador da sua área” durante o processo, em resposta às críticas que professores que se recusavam a ser avaliados por colegas de áreas disciplinares diferentes.A excessiva burocracia - “que não faz sentido para avaliadores e avaliados” - apontada ao modelo pode ser resolvida, segundo Maria de Lurdes Rodrigues, através da simplificação de vários procedimentos, como as fichas de classificação e as reuniões, “sempre que haja acordo tácito entre avaliadores e avaliados”. Por outro lado, os resultados dos alunos não contarão para a avaliação dos professores, “por dificuldades técnicas e de concretização que exigem mais tempo para ser aplicada com confiança”.No caso da “sobrecarga de trabalho evidente”, de que a ministra destaca o número de reuniões para o preenchimento de fichas de registo e avaliação, a proposta da tutela passa pela simplificação do processo dos professores avaliadores. Assim, o número de aulas a observar passa de três para duas e esta “vertente científico-pedagócica do desempenho dos professores” deixa de ser obrigatória. No entanto, Maria de Lurdes Rodrigues salvaguardou que, ainda que a observação das aulas apenas se realize por solicitação dos professores, é indispensável “para a classificação de muito bom ou excelente”. O Ministério da Educação compromete-se, ainda, a compensar nos horários dos professores avaliadores o tempo dedicado à avaliação.

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