Número de professores e educadores de infância a pedir a reforma duplicou
“Saturados e desmotivados”. Segundo noticia hoje o "Jornal de Notícias" (JN), os professores estão fartos da burocratização da carreira e o número de docentes a pedir a reforma duplicou de um ano para o outro. Só este ano já foram pedidas quase quatro mil aposentações, a um ritmo médio de 400 pedidos por mês.O JN comparou as listas de pedidos de reforma na função pública e constatou que desde do ano passado o número de aposentações de professores e educadores de infância aumentou para o dobro. Esta tendência, de acordo com o mesmo jornal, veio para ficar uma vez que o número de docentes que se reformaram no mês de Outubro (322) é já bastante superior ao total de reformados no conjunto dos meses de Outubro e Novembro de 2007 (272).Teresa Maia Mendes, do Sindicato de Professores do Norte, citada pelo JN, justifica que “os professores estão saturados e desmotivados e, por mais que tentemos que não saiam prejudicados querem a reforma de qualquer maneira”. A reforma de um número tão elevado de docentes indica que muitos optam pela aposentação antecipada, mesmo que para isso tenham de perder parte dos seus direitos. Apesar disso, os professores e educadores de infância parecem estar cada vez mais decididos e no mês passado foi atingido o “recorde” das 510 reformas concedidas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA).”O clima nas escolas está impraticável”Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, afirma, citado pelo JN, que “se antes o objectivo da carreira era ensinar, agora os docentes sentem-se uns burocratas, que passam horas intermináveis em reuniões.” O dirigente sindical acrescenta que são muitos os que se dirigem às instalações da Fenprof a pedir ajuda para que lhes façam as contas.O mesmo trabalho de auxílio tem sido feito no sindicato de Teresa Maia Mendes que afirma, citada pelo JN, que apesar de avisar os docentes que as aposentações pressupõem uma quebra enorme, “eles dizem que o clima nas escolas está impraticável e que não há maneira de dar a volta”.Entre os motivos para o actual descontentamento dos professores e educadores de infância o JN aponta a avaliação do desempenho, a sobrecarga de trabalho e os horários “ilegais” de mais de 40 horas. Estas medidas são consequência do novo Estatuto da Carreira Docente que levou 100 mil professores em Março para as ruas de Lisboa. A “marcha pela indignação” ficou para a história como o maior protesto de sempre realizado por esta classe profissional.20 mil pedidos de reforma na CGA para 2009O JN noticia também que no Plano de Actividades da CGA para 2009 está prevista a análise de 20 mil processos de pensões de reforma e a avaliação da incapacidade de trabalho de 6400 funcionários públicos.Para este ano estavam previstas 15 mil aposentações, mas o JN indica que o número será facilmente ultrapassado, devido ao regime excepcional em vigor que permite a reforma antecipada dos funcionários públicos a partir dos 33 anos de serviço.António Moreira, 62 anos, foi um dos que não quis esperar mais tempo. O professor aposentado esclarece, citado pelo JN, que “contava os dias para meter os papéis da reforma”, mas reitera que podia “ter dado muito mais à profissão e aos alunos”.
13.10.08
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Professores - geral
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