Alunos de mestrado no Politécnico de Lisboa contestam “aumento brutal” de propinas
Alunos do segundo ano do mestrado em Teatro no Politécnico de Lisboa contestam o aumento inesperado de 70 por cento no valor das propinas, salientando que foram avisados deste acréscimo a apenas cinco dias do início das matrículas.Os 15 alunos do segundo ano do Curso de Mestrado em Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL) afirmam que lhes foi comunicado pela escola, quando faltavam cinco dias úteis para o início das matrículas, que deveriam pagar este ano propinas no valor de 1650 euros, “um acréscimo brutal e inesperado de 73 por cento” em relação aos 950 euros que pagaram no ano passado.“É uma situação gritante. Como utentes, parece que não temos qualquer alternativa contra esta situação de prepotência da escola”, disse à agência Lusa Ildeberto da Silva Gama, um dos estudantes abrangidos.Numa carta que enviaram ao presidente do IPL e a vários responsáveis políticos, estes estudantes salientam que, “no início do ano escolar, não foi indicado o valor global” das propinas que deveriam pagar este ano lectivo, e que nem em Agosto – quando foi fixada a data do início das matrículas para o actual ano lectivo para 2 e 3 de Outubro – foi anunciada “qualquer intenção de alteração do valor da referida propina”.
Apanhados de surpresa
Estes estudantes garantem que foram apanhados de surpresa pela decisão do IPL a cinco dias úteis das datas fixadas para a matrícula neste ano lectivo.“Nunca esperámos que o valor das propinas fosse tão elevado este ano”, afirmou Ildeberto da Silva Gama, salientando que “houve estudantes que optaram por este curso por ser mais barato do que noutras instituições congéneres”. Os alunos salientam que “o aumento tão brutal quanto inesperado de propinas” a meio do percurso escolar “é de uma violência extrema”, porque ficam sem outra alternativa senão pagar um valor que não esperavam, enquanto “aos futuros candidatos à frequência deste curso coloca-se sempre a opção de escolher entre cursos de escolas congéneres em concorrência”. Muitos destes alunos são trabalhadores estudantes e “estão sem vontade de boicotar as propinas, mas admitem uma reclamação junto do provedor de Justiça”, disse ainda.“Em termos éticos e morais, a escola não se portou bem com estes alunos de mestrado porque escondeu o aumento e fomos todos apanhados de surpresa”, considerou.
Reclamação junto das autoridades
Os estudantes enviaram uma carta a dar conta deste problema ao Presidente do IPL, ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), grupos parlamentares da Assembleia da República e Presidência da República. Nela solicitam ainda a reapreciação, com carácter de urgência, das propinas fixadas para o segundo ano do mestrado, “em montante que não defraude as naturais expectativas de custo global do curso que se desenhavam no momento do concurso à respectiva frequência”.“Até agora tivemos resposta do PSD a dizer que a lei permite esta situação, e uma resposta mais exaustiva do PCP, que de alguma forma se solidariza connosco”, acrescentou Ildeberto da Silva Gama. Em declarações à Lusa o presidente do Conselho Directivo da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) do IPL, Filipe Oliveira, garantiu que “vai haver aumento” dos valores da propina de mestrado, mas que “ainda não está tudo completamente decidido”, uma vez que esperam “receber os elementos de avaliação de custos do ano transacto” para chegar a um valor com “rigor”. Contudo, Filipe Oliveira afirmou que se “poderá equacionar uma nova avaliação dos custos” para os alunos que vão frequentar o segundo ano de mestrado do curso, podendo haver um “abaixamento de cerca de nove por cento dos valores” da propina prevista para 2008-2009.
14.10.08
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Etiquetas:
Ensino Superior
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