Fenprof quer apresentar à tutela modelo de avaliação alternativo
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) está a elaborar um sistema alternativo de avaliação de docentes para apresentar à tutela, que deverá estar concluído no início do próximo ano, após três meses de debate público nas escolas.Esta proposta de avaliação será depois preenchida com sugestões válidas apresentadas por professores ao longo de cerca de três meses de discussão pública. "Em Janeiro ou Fevereiro esperamos ter completa a proposta negocial de avaliação que apresentaremos ao ministério, para que esta avaliação de desempenho completamente surrealista, que está a causar uma perturbação enorme dentro das escolas, seja posta fora e substituída", disse Mário Nogueira. A proposta da Fenprof parte de instrumentos que permitam a auto-avaliação pelo próprio professor, seguida da avaliação cooperativa ou da co-avaliação envolvendo todas as estruturas intermédias das escolas, de um terceiro passo que prevê a aferição processual da avaliação de desempenho, com a criação de uma Comissão de Avaliação do Conselho Pedagógico, que analisará as propostas de menção e a sua fundamentação. Segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, esta proposta, assente em períodos de quatro anos, aceita a classificação dos professores em 'insuficiente', em 'Bom', que será o mínimo para progressão na carreira, ou 'Muito Bom'. O sistema de avaliação da Fenprof prevê ainda uma avaliação externa "dirigida à escola e não ao professor", para "superar obstáculos e valorizar os resultados obtidos". "É uma proposta de cariz formativo, orientada para a detecção de dificuldades e de problemas que os professores tenham no seu desempenho e, a partir dessa detecção, elaborar um diagnóstico que depois oriente para a aprovação de estratégias que permitam a superação desses problemas", acrescentou Mário Nogueira, salientando que é uma proposta sem quotas, "em que todos os professores podem ter acesso às mesmas classificações". A avaliação de desempenho desenhada pelo ministério ocorre de dois em dois anos e passa a ser decisiva para a progressão na carreira. O regime simplificado do modelo de avaliação definido no memorando de entendimento que Governo e sindicatos e ministério assinaram em Abril prevê que a avaliação seja aplicada tendo em conta quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua. A classificação obtida pelos docentes depende de critérios como a observação de aulas e as taxas de insucesso e abandono escolar dos alunos, já que a comparação das notas dos alunos de cada docente com os resultados médios dos estudantes da mesma escola constituem um dos factores determinantes da avaliação dos professores. Mário Nogueira sublinha que "as escolas estão envolvidas em papeladas e burocracias e reuniões intermináveis", um clima que considerou "de terror", que está a fazer "estalar conflitos". "A avaliação com implementação do novo modelo de gestão nas escolas, com os horários de trabalho completamente absurdos que os professores actualmente têm e com as condições de trabalho que em muitos casos existem, tudo isso é uma mistura explosiva e, neste momento, o ambiente das escolas e o sentimento dos professores já não é só o da indignação do ano passado, em muitos casos é até já de revolta".
13.10.08
|
Etiquetas:
Avaliação
|
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário