Ministra refere que "milhares de professores" já foram avaliados no ano passado
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, escusou-se hoje a comentar a decisão de alguns professores em suspender o processo de avaliação de desempenho, optando por realçar que sete por cento dos docentes já avaliados alcançaram notas de "muito bom" e "excelente"."É muito importante sublinhar que milhares, milhares, milhares de escolas, a grande, grande maioria está a procurar concretizar o processo de avaliação de desempenho de professores", disse a ministra aos jornalistas após a sessão de abertura da II Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura, em Lisboa.Maria de Lurdes Rodrigues salientou também que "milhares de professores" já foram avaliados no ano lectivo anterior e que sete por cento foram "classificados com muito bom e excelente". A avaliação de desempenho docente avançou no ano passado para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, que constituíam, no total, cerca de sete mil.Aos professores avaliados foi aplicado um regime simplificado acordado entre a tutela e os sindicatos do sector, que previa uma avaliação baseada unicamente em quatro critérios: ficha de auto-avaliação, nível de assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e acções de formação. Estes parâmetros foram aplicados de forma universal em todas as escolas.Moções e abaixo-assinadosQuestionada hoje sobre o que vai suceder nas escolas onde os professores decidirem suspender o processo de avaliação de desempenho, a ministra limitou-se a dizer: "quem fica parado, fica parado". Esta reacção surge depois de professores de várias escolas terem aprovado moções e abaixo-assinados a exigir ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho, segundo alguns sindicatos e professores.Segundo Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), "em 17 a 20 escolas ou agrupamentos de escolas" já foram aprovadas pelos professores tomadas de posição a pedir a suspensão do processo de avaliação de desempenho. Também o presidente da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI), Carlos Chagas, admitiu que tem conhecimento de que em "algumas escolas" os professores suspenderam os procedimentos e que noutras aprovaram moções nas quais exigem a suspensão da aplicação do modelo.Foi o que aconteceu no agrupamento de escolas de Poiares, onde 116 dos 130 professores pediram a "revogação imediata" do despacho que institui a avaliação de desempenho e de toda a legislação "conexa". Pela Internet, em blogues dedicados à educação, circulam vários documentos dirigidos sobretudo aos conselhos pedagógicos a pedir a suspensão do processo de avaliação de desempenho e também relatos de professores.Na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Vila Real, 130 dos 160 professores decidiram mesmo suspender o processo de avaliação, não entregando os objectivos individuais. Na moção aprovada, os professores daquele estabelecimento de ensino referem que os objectivos de todos os docentes estão definidos e passam, indiscutivelmente, pelo sucesso dos seus alunos, segundo a professora Delfina Rodrigues.
28.10.08
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Avaliação
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