No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Plataforma quer negociar fim da divisão da carreira

11.12.08, Diário de Notícias

Educação
Desconvocadas as greves, Ministério da Educação e sindicatos de professores voltam hoje a sentar-se à mesma mesa. Plataforma aproveita o facto de não haver agenda definida para pedir novo processo negocial e rever Estatuto da Carreira Docente. Objectivo: pedir o fim da divisão da classe.
Sindicatos esperam agenda aberta na reunião
Mais do que a suspensão do modelo de avaliação, a plataforma sindical vai hoje pedir ao Governo a abertura de um novo processo negocial para rever o Estatuto da Carreira Docente. Os sindicatos aproveitarão a agenda aberta do encontro, que volta a sentar à mesa representantes dos professores e do Ministério, para exigir que seja revista a divisão da classe em duas categorias. Problema que está na origem da contestação e mal estar nas escolas. Este passo em frente dos professores só serão possível de propor à tutela porque o Ministério da Educação convocou um encontro sem agenda definida e os sindicatos desconvocaram as greves já agendadas. A Plataforma já terá tentado levar o problema da divisão da classe em professor e professor titular à mesa das negociações, mas Maria de Lurdes Rodrigues tem sempre evitado discutir o assunto, centrando-as no modelo de avaliação de desempenho. Apesar de o modelo que vai avaliar os professores derivar deste próprio Estatuto da Carreira Docente, aprovado há quase dois anos, os sindicatos querem uma negociação mais alargada e que não se circunscreva à forma como os docentes serão avaliados. A acolher boa aceitação por parte do Ministério, este processo poderá arrancar já no início do ano, com um calendário agora estabelecido. Recorde-se que a contestação dos professores começou com a divisão da classe em duas categorias - através de um concurso inicial que os docentes consideraram injusto - e com o estabelecimento de quotas para as classificações mais elevadas. Apesar de ter surgido há mais tempo, o descontentamento agravou-se quando os professores se aperceberam que seriam avaliados pelos seus pares, aos quais muitos não reconheciam competência para tal.Sobre a avaliação, os sindicatos apresentarão a sua proposta transitória a aplicar ainda durante este ano lectivo e que consiste num modelo simplificado baseado na auto-avaliação. Da parte do Governo, pouco se sabe sobre o que será levado à discussão. Na véspera do encontro, a ministra da Educação passou a tarde a evitar pronunciar-se sobre o assunto. Confrontada com as perguntas dos jornalistas à entrada e saída de uma feira de formação em Lisboa, Maria de Lurdes Rodrigues nem sequer respondeu. O seu gabinete também se escusou a adiantar pormenores sobre o que será defendido hoje.Sem avanços, luta regressaráO facto de hoje ser quinta-feira, dia de Conselho de Ministros, e de o Governo poder estar a preparar a aprovação de novas regras para depois as apresentar aos sindicatos, chegou a causar alguma apreensão durante a tarde de ontem. Ainda mais porque o encontro desta tarde chegou a ser convocado para ontem, véspera da reunião do Governo. Mário Nogueira, porta-voz da plataforma sindical, nem sequer pondera essa hipótese. "Seria gravíssimo se isso acontecesse". Mas vai avisando: "se formos confrontados com factos consumados, agiremos em conformidade". Ou seja, retomarão a luta em força. As greves às aulas não deverão acontecer ainda durante este período, até porque a sua convocação exige a colocação de pré-avisos de greve com cinco dias. Mas para dia 19 de Janeiro já estava agendada outra greve geral. O boicote às notas dos alunos também não se apresenta como uma medida eficaz, considera Mário Nogueira. "Até porque os principais prejudicados são os próprios professores que terão de dar as notas no início do próximo período. Os alunos nunca ficarão sem avaliação. Poderão apenas tê-la depois do Natal."

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