Bolseiros acusam Faculdade de Ciências da UL de falta de respeito
Usada é como se sente Patrícia Napoleão, bolseira de doutoramento da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em fim de formação, por ter sido usada numa guerra entre o Conselho Directivo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a entidade financiadora da investigação nacional.Em causa está uma dívida de dois anos referente às despesas de formação dos bolseiros de doutoramento no valor de 1,2 milhões de euros, que a FCT deveria ter pago mas que não chegou aos cofres da FCUL ainda. Em Novembro, o Conselho Directivo daquela instituição de Ensino Superior chamou representantes dos bolseiros de doutoramento para lhes comunicar que, se a dívida da FCT persistisse, que se recusava a marcar defesas de tese a partir de Janeiro. Sem a defesa da tese de doutoramento, estes bolseiros ficam impossibilitados de prosseguir a carreira científica.A forma de pressão escolhida pela FCUL para receber a quantia em dívida parece ter resultado: nos últimos dias a FCT comprometeu-se a pagar e a ameaça aos estudantes foi retirada. Mas os bolseiros criticam a FCUL e classificam a posição que tomou de “desrespeitosa e totalmente irresponsável”. “Os Doutorandos da FCUL consideram que a decisão do CD de cancelamento da defesa das teses é desrespeitosa e totalmente irresponsável no que toca ao futuro da investigação científica e das pessoas envolvidas”, dizem num comunicado.“O que nos custa mais foi termos sido usados. Somos nós que realizamos a boa parte da investigação feita na FCUL, damos muito pela Universidade”, diz Patrícia Napoleão, que afirma que serão já cerca de dois mil bolseiros só nesta faculdade. “Haveria decerto outras formas de pressão a usar e nós estávamos dispostos a ajudar nesse sentido”.A investigadora lembra que a FCUL está a ser afectada por esta dívida, numa altura em que a instituição se bate com problemas orçamentais que colocam em causa o cumprimento das obrigações salariais. Mas os bolseiros também estão a ser prejudicados: “Parte desta verba é para pagar despesas com investigação, como reagentes, despesas de campo, que muitas vezes são pagas do nosso bolso”, lembra Patrícia Napoleão, que pensa defender, precisamente em Janeiro, o doutoramento.
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