No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Avaliação: simplificar sim, suspender não

2008-12-03, Educare.pt


No dia da greve nacional, abriu-se uma nova possibilidade de diálogo na luta travada entre Ministério da Educação e sindicatos por causa do modelo de avaliação de desempenho docente: o prolongamento da aplicação do modelo simplificado.
O prolongamento da aplicação do modelo simplificado não só neste, como nos próximos anos lectivos é entendido como um passo "no sentido de criar confiança junto dos sindicatos", referiu o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, em declarações à agência Lusa. Mas tem uma condição, avisa Jorge Pedreira: os sindicalistas devem aceitar negociar e abdicar da sua actual posição "de tudo ou nada" relativamente à suspensão da avaliação. Caso se confirme esta intenção do Ministério da Educação (ME), no próximo ano lectivo a avaliação dos professores poderia continuar a ser feita sem ter em conta os resultados dos alunos e sem observação de aulas, nem qualquer outro aspecto da componente científico-pedagógica, mas apenas com base na auto-avaliação, assiduidade, formação contínua e participação em projectos e na vida da escola.Recorde-se que a avaliação simplificada seria já aplicada este ano a todos os professores, excepto aqueles que pretendessem concorrer pela obtenção de classificações de Muito Bom e Excelente, para as quais a observação de aulas continua a contar como um critério indispensável.Teimosia persiste, acusam os sindicatosPara Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma Sindical de Professores, a recente posição tornada pública pelo secretário de Estado Jorge Pedreira mostra apenas "a teimosia de quem, mesmo sabendo que o seu modelo nunca vai ser aplicado, pretende manter a sua matriz"."O Ministério prefere remendar o modelo a alterá-lo. Mas não tem nada de novo porque o que o secretário de Estado quer é prolongar para os próximos anos o que os professores já rejeitam agora", disse à Lusa o também secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF).Além do eventual prolongamento de um modelo "simplex" de avaliação, o secretário de Estado Adjunto da Educação manifestou a intenção do Governo de negociar com as organizações sindicais "outras questões". São elas: a abertura de novos concursos para professor titular ou a criação de mais um escalão de topo nessa categoria.Apesar desta disponibilidade para negociar, face aos resultados de mais de 90% de adesão à greve nacional de hoje, em declarações à Lusa, Jorge Pedreira reforçou a determinação do ME em não suspender a avaliação de desempenho, um imperativo reivindicado por todos os sindicatos. Centenas de escolas fechadasQuase a chegar aos 100%, é a percentagem de adesão à greve de hoje avançada pelas organizações sindicais de professores.Na região Norte, as estimativas apontam para uma percentagem média de adesão sempre superior a 94%, segundo dados do Sindicato dos Professores do Norte (SPN). Vila Real (97%), Porto (96,8%) e Mirandela (96,1%) são os distritos da região onde se registou maior paralisação.No Centro, o cenário não foi muito diferente. Sem percentagens concretas, mas numa amostra de 201 escolas e agrupamentos de escolas, 87 não abriram os portões e outras 40 estão a funcionar, mas com a totalidade dos docentes em greve garante o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).Na região de Lisboa, a adesão à greve nacional foi mais reduzida, ficando-se pelos 85%, segundo dados do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL). A cidade de Lisboa registou uma adesão de 85,3%, a zona Oeste chega aos 91,9% e Santarém aos 89,2%, já Setúbal regista o valor mais baixo 82,7%.O Algarve assume-se como uma das regiões com maior participação na greve, com uma adesão a rondar os 98%, segundo dados do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS).No Alentejo, a paralisação chegou aos 85%.Os dados divulgados pelo Ministério da Educação situam a adesão à greve nos 61%.

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