Oposição insiste na suspensão da avaliação docente e BE fala em greve “histórica”
A oposição voltou hoje a deixar duras críticas à insistência do Ministério da Educação em manter o processo de avaliação de desempenho dos professores, com o Bloco de Esquerda (BE) a classificar a paralisação dos docentes como uma "greve histórica".O tema da greve dos professores, que segundo dados do ministério da Educação obrigou ao encerramento de 30 por cento das escolas, foi levado ao debate no plenário da Assembleia da República pelo BE, com a deputada Cecília Honório a saudar todos os docentes que aderiram à paralisação. "Hoje é mais um dia em que só o orgulho de ser professor vence", salientou a deputada do BE, destacando que o actual Governo não só conseguiu provocar "a maior manifestação", como "a maior greve das últimas décadas".Cecília Honório voltou a exigir a suspensão imediata do processo de avaliação de desempenho dos professores, considerando trata-se de um "modelo injusto e sem sentido". E sublinhou: "A ministra da Educação já perdeu a confiança do país, perdeu as escolas e os seus profissionais". A responsável acrescentou que a forma como o ministério reagiu à greve de hoje é elucidativa do "total isolamento e alheamento" face ao que se passa. "Todos perceberam que as escolas ficaram vazias", afirmou, acusando o secretário de Estado de "jogar com as palavras" ao dizer que as escolas estiveram abertas.Pelo CDS-PP, o deputado Mota Soares assinalou igualmente a grande adesão à greve por parte dos professores, considerando que "a escola parou". "Hoje é mais fácil encontrar uma agulha num palheiro do que um professor que não faça greve", ironizou por sua vez o deputado do PCP Miguel Tiago, assinalando que o PS está cada vez mais isolado neste processo. "Todos os partidos já apresentaram projectos de resolução para suspensão do processo de avaliação", lembrou."É fundamental deixar de se perder tempo", corroborou o deputado do PSD Emídio Guerreiro, insistindo igualmente na necessidade de suspender o modelo de avaliação para "devolver às escolas a tranquilidade que precisam". Em defesa do modelo de avaliação proposto pelo ministério da Educação, a deputada do PS Paula Barros recusou as críticas da oposição, acusando-os de "aproveitamento político"."Reconhecemos a capacidade negocial do Governo", acrescentou ainda a deputada socialista, assegurando que o processo de avaliação de desempenho dos professores é mais um instrumento para fomentar a confiança e criar condições de igualdade nas escolas. "Os argumentos do PS não vingam, não colhem nesta matéria. O que está em causa é a qualidade do ensino", contrapôs o deputado do partido ecologista Os Verdes Francisco Madeira Lopes.
4.12.08
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