No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Alteração de critérios de correcção de exames nacionais preocupa professsores

21.01.2009 - Jornal Público

A anunciada alteração nos critérios de correcção nas respostas fechadas de "verdadeiro/falso" nos próximos exames nacionais de Biologia e Geologia e de Português está a indignar e a preocupar professores e alunos. Mónica Maia-Mendes, da Ordem dos Biólogos (OB), considera que, a verificar-se, as consequências são "muito graves"; Edviges Ferreira, vice-presidente da Associação de Professores de Português (APP), pensa que será "um escândalo".Para se perceber o que está em causa, basta comparar o que se verificou no ano passado com o que pode acontecer este ano. Por exemplo: na prova de exame de Biologia e Geologia da 2.ª fase de 2008 existiam quatro questões de resposta fechada "verdadeiro/falso". E essas quatro tinham, cada uma, oito afirmações que os alunos deviam assinalar como verdadeiras ou como falsas. Obtinham a classificação máxima, 10 pontos (ou um valor), se acertassem sete, ou seja, ainda que errassem uma. E havia classificações intermédias - sete pontos (para quem tivesse cinco ou seis respostas certas) e três pontos (para três ou quatro). Este ano é diferente no que respeita às provas da disciplina de Biologia e Geologia e da de Português, ambas para o 11.º ou 12.º anos. De acordo com o Gave - Gabinete de Avaliação Educacional (http://www.gave.min-edu.pt/), a cotação total do item só é atribuída "às respostas que identifiquem correctamente todas as afirmações". "São classificadas com zero pontos as respostas em que pelo menos uma das afirmações é identificada de forma incorrecta", "não há lugar a classificações intermédias", pode ler-se. No caso de Biologia e Geologia - em que em cada prova podem existir de zero a quatro itens "verdadeiro/falso" valendo, cada um, 5 a 10 pontos - "no limite, um aluno que no ano passado errou uma das afirmações em cada um dos quatro grupos tem mais quatro valores em vinte do que um estudante que este ano faça precisamente o mesmo", interpreta Mónica Maia-Mendes. Engano do Gave?Como Edviges Ferreira, da APP, a dirigente da OM diz esperar que "seja um engano do Gave". Mas ambas realçam que, a confirmar-se, a alteração "é muito grave". Ou mesmo "um escândalo", nas palavras da vice-presidente da APP: "Os alunos devem ser classificados de acordo com o nível de desempenho; não pode ter a mesma classificação o que erra uma em oito e o que erra todas", considera. Ambas defendem que, se se verificar, esta alteração coloca em desigualdade de circunstância alunos que fizeram o exame no ano passado e os que o fazem este ano como prova de ingresso no Ensino Superior. E ainda que, neste caso, não será possível comparar a nota média global dos alunos na prova deste ano com a do ano passado. As dúvidas sobre esta questão há muito que atormentam os alunos, como se pode ver no Portal do Conhecimento http://www.exames.org/forum. O assunto é debatido desde o dia em que foi introduzido o tópico Informações-Exame 2009, a 29 de Novembro. "É positivo?", pergunta alguém. A maior parte dos comentários é de preocupação, mas um dos participantes, que se identifica como "Princesa", dá os dois pontos de vista: "Quem erra uma coisinha ou se esquece de um pormenor erra tudo" mas, por outro lado, contrapõe, "com estes critérios já não há tantas notas elevadas", o que, diz, significa "menos concorrência para os bons alunos".O PÚBLICO tentou obter esclarecimentos junto do Ministério da Educação, mas, dado o adiantado da hora, não foi possível obtê-los. Tal poderá verificar-se, no entanto, durante o dia de hoje.

0 comentários: