Ensino superior: Maior investimento das empresas permitiria superar problema do financiamento
O reitor da Universidade de Évora lamenta que os empresários portuguesas não invistam nas universidades, o que permitiria ultrapassar o problema de financiamento no Ensino Superior e ao mesmo tempo desenvolver o tecido empresarial.Jorge Araújo considera que o 'namoro' entre as Universidades e o mundo empresarial é a melhor forma para as instituições de ensino superior conseguirem ultrapassar a actual crise financeira, contribuindo, por outro lado, para o desenvolvimento empresarial com conhecimento científico. "O que acontece é que o mundo empresarial português não entende isto", afirma Jorge Araújo. "As empresas [em Portugal] continuam a pensar que não têm nada que investir no conhecimento nem na investigação científica e portanto são verdadeiros parasitas que não contribuem em nada para o mundo científico, mas beneficiam do conhecimento para o avanço dos seus negócios", criticou. Como um bom "exemplo para o mundo empresarial de como as empresas se devem entrosar com as universidades e devem apostar no conhecimento", Jorge Araújo considerou a Cátedra "Rui Nabeiro", recentemente apresentada em Évora, dotada de cem mil euros por ano, destinada à investigação, ensino e divulgação científica na área da Biodiversidade. "No fundo é um namoro com o mundo empresarial que em Portugal não é muito bem visto porque há a tendência para a diabolização do capital e da propriedade privada, que permite resolver parte do problema financeiro da universidade por essa forma", concluiu. Neste sentido, o reitor está a estabelecer com as empresas parcerias que permitam drenar alguns financiamentos complementares. O ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior pretende que as Universidades desenvolvam meios de financiamento próprios, de forma que o peso do dinheiro do Estado seja apenas um complemento do financiamento das instituições de Ensino Superior, uma perspectiva considerada positiva por Jorge Araújo. "O que acontece é que foi uma passagem demasiadamente abrupta", considera. "O Estado diz-nos que a partir de agora as universidades têm que sobreviver por conta própria e dá-nos uma mesada, mas de facto diz-nos que essa mesada não chega para nos sustentar e portanto temos de arranjar outras vias complementares de sustentação", acrescenta. Segundo o Conselho de Reitores (CRUP), desde o início desta legislatura a percentagem do PIB (Produto Interno Bruto) atribuído ao ensino superior baixou 14 por cento.
4.6.08
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Etiquetas:
Ensino Superior
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