Soluções do ministério para avaliação rejeitadas
Sindicatos e movimentos de professores rejeitam as duas opções colocadas pela ministra da Educação para o futuro da avaliação. Nem o prolongamento do Simplex nem a aplicação do modelo inicial, mesmo com alterações, servem. Defendem, pelo contrário, a suspensão do modelo em vigor e a construção de um novo, de raiz, para aplicar em Setembro. E alertam para a confusão que virá de uma sobreposição dos dois modelos, entre Setembro e Dezembro.
Está prestes a terminar um ciclo de aplicação do modelo avaliativo e o Governo incumbiu o Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) de decidir o que fazer no próximo ano lectivo, altura de iniciar um novo ciclo. Apesar das críticas e dúvidas levantadas pelos conselheiros no seu relatório publicado na sexta-feira, Maria de Lurdes Rodrigues pediu ao CCAP para decidir entre a manutenção do modelo simplificado ou o regresso ao original, com as alterações necessárias.
"Nenhuma tem sentido", diz Ilídio Trindade, do Movimento Mobilização e União dos Professores (MUP), defendendo um regresso à estaca zero e o fim dos "remendos". "Não houve condições para serenar este processo. Tanto um modelo como outro insistem nas quotas, que rejeitamos", acrescenta.
João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE) também acredita que a melhor opção é começar a negociar um novo modelo. "De Simplex em Simplex, era óbvio que o modelo ficaria esgotado", disse ao DN. O secretário geral da FNE afirma ainda ser uma "desconsideração" da ministra pedir aos conselheiros que tomem uma opção, quando fizeram tantas críticas ao modo de implementação do modelo.
Para a Fenprof, a posição assumida por Maria de Lurdes Rodrigues é "inqualificável e um atestado de incompetência do Ministério a si próprio". Mário Nogueira, secretário geral da federação, diz que pedir ao CAAP para optar por uma destas soluções é "a prova de que o ME não é capaz de construir um novo modelo".
O também porta-voz da plataforma sindical considera ainda esta posição de Maria de Lurdes Rodrigues "um desrespeito pelo compromisso assumido na Assembleia da República de alterar ou até substituir o modelo". Mário Nogueira lembra os protestos e a contestação à entrega de objectivos individuais. E promete: "Se os docentes chegarem a Setembro, e forem confrontados com a mesma avaliação, com quotas e objectivos, a senhora ministra não termina o seu mandato sem mais uma manifestação na Avenida da Liberdade".
Apesar da missão do Conselho Científico, está prevista uma ronda de negociação com os sindicatos sobre a avaliação. Este assunto inclui-se na revisão do Estatuto da Carreira Docente e, segundo a FNE, poderá ser abordado já na próxima reunião de quinta-feira. "Nós já entregámos a nossa proposta de modelo em Fevereiro. Aguardamos a do ME", lembra João Dias da Silva. Já a Fenprof não está tão confiante na apresentação de uma proposta da tutela na reunião com o ME, na sexta feira.
Paulo Guinote, autor do blogue Educação do Meu Umbigo, considera que a posição do Governo "é a admissão que o modelo estava errado, e tem de ser mudado, sem, contudo, nunca ter sido aplicado". Ao DN, o professor sublinhou ainda as confusões que podem decorrer da sobreposição dos dois modelos: o que vigora e, cuja aplicação pode ser estendida até 31 de Dezembro, e o que surgirá em Setembro.
Recorde-se que, apesar de muitas escolas terem definido a entrega da auto-avaliação para Junho e Julho (até porque há concursos este ano), o calendário da avaliação estende-se até ao final do ano. "Durante quatro meses, podemos ter avaliadores a concluir avaliações com base num modelo e já a aplicar outro", afirma Paulo Guinote. "É ridículo. Reconhece-se que o modelo em vigor não serve. Mas leva-se a sua aplicação até ao fim, correndo o risco de o aplicar ao mesmo que tempo que este já foi substituído por outro supostamente melhor".
Está prestes a terminar um ciclo de aplicação do modelo avaliativo e o Governo incumbiu o Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) de decidir o que fazer no próximo ano lectivo, altura de iniciar um novo ciclo. Apesar das críticas e dúvidas levantadas pelos conselheiros no seu relatório publicado na sexta-feira, Maria de Lurdes Rodrigues pediu ao CCAP para decidir entre a manutenção do modelo simplificado ou o regresso ao original, com as alterações necessárias.
"Nenhuma tem sentido", diz Ilídio Trindade, do Movimento Mobilização e União dos Professores (MUP), defendendo um regresso à estaca zero e o fim dos "remendos". "Não houve condições para serenar este processo. Tanto um modelo como outro insistem nas quotas, que rejeitamos", acrescenta.
João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE) também acredita que a melhor opção é começar a negociar um novo modelo. "De Simplex em Simplex, era óbvio que o modelo ficaria esgotado", disse ao DN. O secretário geral da FNE afirma ainda ser uma "desconsideração" da ministra pedir aos conselheiros que tomem uma opção, quando fizeram tantas críticas ao modo de implementação do modelo.
Para a Fenprof, a posição assumida por Maria de Lurdes Rodrigues é "inqualificável e um atestado de incompetência do Ministério a si próprio". Mário Nogueira, secretário geral da federação, diz que pedir ao CAAP para optar por uma destas soluções é "a prova de que o ME não é capaz de construir um novo modelo".
O também porta-voz da plataforma sindical considera ainda esta posição de Maria de Lurdes Rodrigues "um desrespeito pelo compromisso assumido na Assembleia da República de alterar ou até substituir o modelo". Mário Nogueira lembra os protestos e a contestação à entrega de objectivos individuais. E promete: "Se os docentes chegarem a Setembro, e forem confrontados com a mesma avaliação, com quotas e objectivos, a senhora ministra não termina o seu mandato sem mais uma manifestação na Avenida da Liberdade".
Apesar da missão do Conselho Científico, está prevista uma ronda de negociação com os sindicatos sobre a avaliação. Este assunto inclui-se na revisão do Estatuto da Carreira Docente e, segundo a FNE, poderá ser abordado já na próxima reunião de quinta-feira. "Nós já entregámos a nossa proposta de modelo em Fevereiro. Aguardamos a do ME", lembra João Dias da Silva. Já a Fenprof não está tão confiante na apresentação de uma proposta da tutela na reunião com o ME, na sexta feira.
Paulo Guinote, autor do blogue Educação do Meu Umbigo, considera que a posição do Governo "é a admissão que o modelo estava errado, e tem de ser mudado, sem, contudo, nunca ter sido aplicado". Ao DN, o professor sublinhou ainda as confusões que podem decorrer da sobreposição dos dois modelos: o que vigora e, cuja aplicação pode ser estendida até 31 de Dezembro, e o que surgirá em Setembro.
Recorde-se que, apesar de muitas escolas terem definido a entrega da auto-avaliação para Junho e Julho (até porque há concursos este ano), o calendário da avaliação estende-se até ao final do ano. "Durante quatro meses, podemos ter avaliadores a concluir avaliações com base num modelo e já a aplicar outro", afirma Paulo Guinote. "É ridículo. Reconhece-se que o modelo em vigor não serve. Mas leva-se a sua aplicação até ao fim, correndo o risco de o aplicar ao mesmo que tempo que este já foi substituído por outro supostamente melhor".
24.6.09
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Etiquetas:
Professores - Estatuto da Carreira Docente
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