No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Alunos surdos são preocupação do Secretário Regional da Educação da Madeira

09.05.2008 - Jornal Público

O secretário regional da Educação da Madeira, Francisco Fernandes, defendeu ontem a necessidade de encontrar "melhores soluções de integração social" para as cerca de 100 pessoas surdas, das quais 60 são crianças.Francisco Fernandes falava no Funchal na abertura do seminário sobre “Educação de Surdos e o Biliguismo”, uma iniciativa da Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos da Madeira (APADAM).O governante madeirense destacou que a região tem sido “pioneira num conjunto de experiências e inovações", apontando que, por representar apenas 2,5 por cento da população do país, a Madeira é beneficiada pelo factor “oportunidade, pois há uma maior proximidade entre serviços públicos e utentes, mas este factor representa também um constrangimento por ter menos recursos financeiros e humanos”.“Tal como noutras áreas, a legislação deve ser mais ambiciosa, deve motivar, deve provocar a mudança, deve permitir que se atinjam cada vez mais patamares de proximidade entre aquilo que é possível oferecer e o que a comunidade espera”, defendeu.Para Francisco Fernandes, “por vezes a legislação é pouco realista quando se trata dos recursos e condições que ela própria impõe”.Falando da "perspectiva regional", o responsável governamental apontou que a meta “é que dois a três jovens deficientes auditivos concluam o ensino secundário”.Entre as medidas delineadas para apoiar os estudantes surdos, Francisco Fernandes anunciou que serão abertas no próximo ano lectivo mais quatro turmas integradas por alunos com dificuldades auditivas e ouvintes, sendo duas no pré-escolar e duas do primeiro ciclo.Estas turmas “vão juntar cerca de quarenta alunos ouvintes e 30 surdos, se as famílias assim o entenderem, sendo o propósito fazer unir nestas turmas os irmãos, amigos e filhos de funcionários para aprofundar a proximidade que existia fora da escola”. Referiu que está em vias de concretização um diploma regional que tem a ver com o regime jurídico da educação especial, que visa a criação de novas oportunidades entre os anseios da população e o que os serviços públicos podem proporcionar, de que é exemplo a nova metodologia em matéria de ocupação de tempos livres.Por seu turno, Cristina Lacerda, vice-presidente da APADAM, uma professora de deficientes auditivos, ela também surda, falou das dificuldades destes alunos, apontando que “poucos estudantes surdos acabam o ensino secundário, menos entram no ensino superior e ainda menos o concluem”. A vice-presidente realçou também as suas próprias dificuldades enquanto aluna, considerando que “a maior parte das horas passadas na escola não serviram para nada e eram um esforço que só provocava revolta”, destacando a importância do apoio da família. Defendeu ser necessário “procurar uma melhor resposta para que os alunos surdos possam ter mais sucesso e um futuro melhor e mais digno”. “A língua gestual é a única língua que o surdo pode dominar plenamente e o bilinguismo é a melhor opção educacional para a criança surda, como comprovado por estudos científicos em todo mundo”, afirmou.

Associação Nacional de Professores lança uma estrutura para responder à violência nas escolas

08.05.2008 - Jornal Público

A Associação Nacional de Professores (ANP) apresentou hoje o espaço "Convivência nas Escolas", uma estrutura que pretende dar uma resposta integrada aos fenómenos de conflito e violência no espaço escolar, com especial atenção para o problema do "bullying".“Criámos uma estrutura que é um passo em frente na resposta a situações de conflito e violência escolar, integrando uma resposta para alunos, professores, famílias e escolas”, afirmou João Grancho, presidente da ANP.Esta nova estrutura envolve a actual linha telefónica SOS Professores (808 962 0069), que visa apoiar os docentes em situações de conflito, violência e indisciplina, a que se junta um núcleo dedicado aos alunos e às famílias.Este núcleo, que visa prestar apoio a alunos vítimas de bullying, inclui uma linha telefónica (808 968 888) e um endereço electrónico (bulialuno@anprofessores.pt ).A linha telefónica começa a funcionar a 12 de Maio e vai manter-se em período de experiência até ao final deste ano lectivo, estando disponível entre as 18h00 e as 20h00.Segundo João Grancho, em Setembro, a ANP espera poder lançar dois guias sobre bullying, um destinado a alunos e outro aos pais e encarregados de educação.A atenção que a ANP dedica à questão do bullying, que é um conflito entre alunos, resulta dos estudos feitos nas escolas portuguesas, segundo os quais entre 25 e 50 por cento dos alunos já estiveram envolvidos - como vítimas ou agressores - em situações deste género.“Queremos contribuir positivamente para a convivência na escola”, frisou o presidente da ANP, defendendo que “mais do que combater a violência, é necessário promover a prevenção da violência”.João Grancho salientou que esta iniciativa "não surge para pôr em causa a escola pública", salientando que "o que se pretende é que o acto de ensinar e de aprender decorra dentro das regras da convivência e da cidadania". "Não somos um instrumento de oposição a nada, somos um instrumento de apoio ao funcionamento das escolas", assegurou.A iniciativa 'Convivência nas Escolas' conta com o apoio da Universidade Lusófona do Porto, que, entre outras funções, desenvolve acções de formação para professores, alunos e encarregados de educação sobre a questão do bullying.João Grancho lamentou que a ANP tenha que suportar os custos destas iniciativas, frisando que "ao nível do Ministério da Educação, estas áreas não são tidas como prioritárias para financiamento na formação de professores".

Maria de Lurdes Rodrigues: Escolas têm de formar jovens para cidadania e sociedade do conhecimento

08.05.2008 - Jornal Público

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse, hoje em Braga que "a escola actual tem de ser mais aberta e participativa, de forma a formar jovens para a cidadania e para a sociedade do conhecimento"."A escola tem de formar cidadãos para participarem numa sociedade aberta e participativa, mas tem também de os preparar para serem autónomos, capazes de desenvolver projectos pessoais e profissionais", declarou. A governante falava durante a sessão inaugural do 1º Congresso Escolar - Ambiente, Saúde e Educação que começou hoje no Mosteiro de Tibães, em Braga. Maria de Lurdes Rodrigues disse que "o sistema de ensino tem de se preocupar em formar cidadãos europeus, mas tendo em atenção que o desafio que os espera é global e não apenas da União Europeia". Realçou que as escolas têm hoje um uma missão diferente e mais difícil do que no passado, dificuldade que se prende "com as novas exigências que o mercado coloca aos jovens que nele entram". Sublinhou que "o sistema de ensino já não é só um sistema de aprendizagem, posto que tem de responder de forma positiva a novas exigências e sinais sociais, em áreas como a saúde, o ambiente e a cidadania". Presente no evento, o presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado anunciou que o Município vai construir quatro centros escolares, no âmbito da nova política do Ministério da Educação para o sector, frisando que tal envolve um investimento de quatro milhões de euros. O Congresso, que é organizado pelos agrupamentos de escolas de Nascente do Este e visa "chamar a atenção para as alterações climáticas, a criação de plataformas de trabalho e cooperação entre as escolas, e o poder autárquico e central". A presidente da Comissão Organizadora, Angela Mendonça disse que a iniciativa visa, ainda, contribuir para a implementação dos temas ambientais e da saúde na formação de base e contínua dos professores e o desenvolvimento dos conhecimentos na matéria. O Congresso, que hoje teve apenas a sessão de abertura, decorre sexta e sábado no Teatro Circo de Braga.

Ministério da Educação revela que 59 por cento das escolas têm amianto

08.05.2008 - Jornal Público

Actualmente, 59 por cento das escolas têm coberturas de chapas de fibrocimento que contêm amianto, segundo um estudo baseado nos levantamentos realizados pelas direcções regionais de Educação, de Novembro do ano passado. A ministra Maria de Lurdes Rodrigues recusou prestar declarações.Segundo o “Diário de Notícias”, este levantamento surgiu em resposta a um requerimento da deputada Heloísa Apolónia, do partido ecologista “Os Verdes” sobre a existência de amianto nas escolas. No entanto, o ministério não adianta o número de escolas que investigou.A resposta ao partido diz também que “os valores de partículas de amianto [em suspensão] estão muito abaixo do valor legalmente admitido”.Segundo uma resolução da Assembleia da República de 2003 o Governo deve ter uma listagem com os edifícios públicos que contenham amianto.

Bloco de Esquerda quer educação sexual obrigatória nas escolas

07.05.2008 - Jornal Público

O Bloco de Esquerda apresentou hoje na Assembleia na República um projecto de lei que pretende tornar obrigatória a frequência de uma área curricular de educação sexual nas escolas, com a duração de 90 minutos.Na proposta, os bloquistas propõem a criação de uma bolsa de profissionais em cada agrupamento de escolas com vista a dinamizar essa área curricular e fundar gabinetes de atendimento aos alunos. O deputado José Moura Soeiro defendeu esta proposta como uma resposta urgente aos “problemas de saúde pública que se vêm agravando”, referindo-se ao número de infectados com VIH/Sida em Portugal. No plenário, o deputado acusou o actual Governo PS de pouco ter feito para que a Educação Sexual seja uma realidade permanente nas escolas. “A falta de vontade política do ministério, num contexto em que os professores estão afogados em tarefas burocráticas e exigências crescentes, fez com que a educação sexual tenha sido, mais uma vez, um completo fracasso”, disse José Moura Soeiro. Mas, sublinhou, que o falhanço é dos “sucessivos governos” que nunca priorizaram a questão: “A lei da educação sexual é mais velha do que eu [1984] e o que produziram foi 60 mil infectados com VIH, 15 por cento dos quais são jovens”.Também o deputado comunista Miguel Tiago acusou o Governo socialista de pouco ter avançado para impor a educação sexual nas escolas e acusou de ter cumprido o mesmo papel que a direita, mas de uma forma mais disfarçada. Em resposta às críticas ao Governo, a deputada socialista Luísa Salgueiro reconheceu que “há algo por fazer porque quando o PS chegou ao Governo não havia nada feito”. A referência ao PSD e ao CDS-PP não suscitou qualquer intervenção por parte das bancadas da direita.

Cinco universidades portuguesas criam MBA de âmbito internacional

07.05.2008 - Jornal Público

As universidades de Aveiro, Coimbra, Minho e Porto e o Centro Regional do Porto da Universidade Católica anunciaram hoje que vão fundir os seus programas de Formação Avançada em Gestão para criar um novo MBA (Master in Business Administration), de âmbito internacional.Totalmente leccionado em inglês, o "The Magellan MBA" pretende atrair candidatos de todo o mundo, especialmente os do Norte da Península Ibérica.Fonte da Universidade do Porto disse hoje que as aulas deste novo programa vão iniciar-se no próximo ano lectivo e que serão leccionadas por professores das cinco instituições nacionais e dos seus dois parceiros internacionais, a London Business School e o Instituto de Empresa (Espanha), escolas que proporcionam "dois dos mais conceituados MBA's do mundo".A criação do "The Magellan MBA" é o primeiro resultado do protocolo de colaboração que os reitores das cinco universidades assinam quinta-feira na Reitoria da Universidade de Coimbra. O acordo prevê já a posterior criação de um programa doutoral conjunto sob a designação de DBA - "Doctor in Business Administration".

Ensino Superior: Governo cria regime de 'estudante a tempo parcial'

30.04.2008 - Jornal Público

O Governo aprovou hoje medidas de simplificação do acesso ao ensino superior, criando o regime legal de estudante a tempo parcial e permitindo que estudantes e não estudantes frequentem disciplinas avulsas nas diversas instituições.O diploma hoje aprovado em Conselho de Ministros pretende aprofundar o Processo de Bolonha ao criar "o regime legal de estudante a tempo parcial, permitindo a frequência de disciplinas avulsas por estudantes e não estudantes, apoiando os diplomados estagiários e simplificando no processo de comprovação da titularidade dos graus e diplomas". O novo regime legal de estudante a tempo parcial permite aos alunos "uma maior capacidade de gestão do seu percurso escolar", refere um comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Os estudantes do Ensino Superior podem ainda frequentar cadeiras que não integrem o seu plano de curso em qualquer estabelecimento do ensino superior - não necessariamente aquele que frequentam - com a garantia de que em caso de serem aprovados na disciplina, ela será incluída no suplemento ao seu diploma. Também os não estudantes podem frequentar disciplinas avulsas em instituições superiores, com a garantia de que lhe serão creditadas caso ingressem num curso superior com essas cadeiras e "em caso de aprovação, de certificação, e ainda de creditação". O novo regime prevê ainda que os estudantes licenciados ou em curso de mestrado possam conservar alguns dos direitos dos estudantes da instituição de ensino por dois anos, nomeadamente um cartão de identificação e acesso à acção social escolar, bibliotecas e recursos informáticos.

Especialistas debatem em Lisboa insucesso de alunos na Matemática

29.04.2008 - Jornal Público

Vários especialistas internacionais vêm a Lisboa na próxima semana, a convite do Governo, para analisar as dificuldades que os alunos portugueses sentem na Matemática e fazer um balanço das estratégias adoptadas para ultrapassar o insucesso na disciplina. Os peritos de quatro países - Brasil, EUA, Holanda e Reino Unido - estarão numa conferência, a 08 e 09 de Maio, para apresentar as suas perspectivas e para contar as experiências dos seus países.Na mesma conferência também serão expostas experiências de escolas portuguesas que adoptaram estratégias de combate ao insucesso da matemática. "A conferência procura criar um momento de balanço, de avaliação deste conjunto de medidas e também um momento introspectivo para avaliar que outras medidas será preciso lançar para vencer este desafio", disse hoje a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, numa conferência de imprensa para apresentar o evento."São peritos que tem experiência ou na formação de professores ou no desenvolvimento curricular ou em planos de intervenção para a melhoria dos resultados em diferentes países e que vêm dar o seu testemunho", salientou.O Governo lançou em 2005 o Plano de Acção para a Matemática estabelecendo, segundo a ministra da Educação, uma série de medidas "para dotar as escolas de meios e recursos para poderem desenvolver as estratégias de diversificação dos instrumentos de ensino, a diversidade de estratégias pedagógicas que as escolas precisam de desenvolver para a recuperação dos alunos". As estratégias de acção para melhorar os resultados dos alunos a matemática são definidas pelas próprias escolas de acordo com as "dificuldades diversificadas" que identificaram.Dificuldades só se ultrapassam com mais recursos e estudo"Acredito que mais recursos se traduzem em mais trabalho. Não há outra forma de ultrapassar as dificuldades de aprendizagem e a dificuldade de ensino sem ser fazendo mais, estudando mais, trabalhando mais", disse a ministra, salientando que "aquilo que as experiências internacionais mostram é que a diversidade de recursos e a diversidade de estratégias é o elemento decisivo no aumento dos resultados".O Plano de Acção para a Matemática tem uma dotação de nove milhões de euros para apoios directos às escolas durante os três anos do programa. O plano envolve ainda mais de 10 mil horas lectivas adicionais de tempo de trabalho para a matemática em cerca de mil escolas, abrangendo 395 mil alunos por ano, mais de nove mil professores de matemática e mais de 68.500 docentes de outras áreas.Uma das primeiras dificuldades identificadas com o ensino da matemática foi a débil preparação dos professores, de forma que estão neste momento a receber formação contínua nesta matéria cinco mil docentes do primeiro ciclo e ainda 1700 professores do segundo ciclo e 1500 no terceiro ciclo. Desde 2005/06 já receberam formação 12 mil professores do primeiro ciclo.