No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Alunos portugueses com evolução 'impressionante'

7, Dezembro, 2010, Jornal Sol

Portugal registou uma evolução «impressionante» nos resultados da avaliação de alunos, afirmou hoje à Lusa um responsável da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).
«Portugal ocupava o fundo da tabela nos relatórios anteriores e desta vez aproximou-se da média dos países da OCDE, ultrapassando por exemplo a Espanha», afirmou Andreas Schleicher, director da Divisão de Indicadores e Análise da Direcção de Educação da OCDE
Andreas Schleicher sublinhou que Portugal obteve uma classificação de 489 pontos, próxima da média da OCDE, que é de 493 no relatório de 2009 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), hoje divulgado em Paris.
O PISA avalia os conhecimentos e aptidões dos alunos em matemática, leitura e ciências. «O melhor resultado de Portugal no relatório de 2009, em relação ao de 2006, foi obtido na matemática», explicou Andreas Schleicher.
«O que é mais interessante nos resultados de Portugal é que o salto foi conseguido sem sacrificar o equilíbrio dos diferentes níveis de alunos. Não houve declínio no topo para se conseguir a melhoria na base», resumiu o especialista da OCDE, em entrevista à agência Lusa.
Andreas Schleicher refere que a melhoria de resultados «pode ser explicada em primeiro lugar pelas políticas seguidas nos últimos anos e por uma conjugação de factores como a avaliação de professores e um controlo sério da qualidade do ensino. Não se pode melhorar o que não se conhece», explica o responsável da OCDE.
O relatório PISA revela também que «diminuiu o peso das repetições, cujo nível continua alto em Portugal».
Portugal faz parte do grupo de países que no relatório PISA 2009 registaram melhorias significativas da sua nota geral, que inclui o Chile, Israel e Polónia.
Portugal está tanto entre os países com mais progressos na avaliação em matemática (com México, Turquia e Grécia) como no grupo com um salto mais significativo em ciências (Turquia, Coreia do Sul, Itália, Noruega, Estados Unidos e Polónia).
«A diferença entre as escolas melhores e as escolas piores diminuiu», salientou Andreas Schleicher, acrescentando que é também relevante no caso português que «a diferença (de resultados) entre escolas privadas e públicas não é muito grande».
Isso quer dizer talvez, explica Andreas Schleicher, que «a escolha entre público e privado e o mercado do ensino não são factores de melhoria da educação».
O responsável da OCDE frisou também que «as escolas privadas, após se corrigir a diferença socioeconómica dos alunos, não têm por si só melhores resultados».
O PISA 2009 revela que «os melhores resultados são obtidos em geral pelas escolas mais autónomas, aquelas que têm mais responsabilidades e liberdade na condução da sua actividade».
Andreas Schleicher destacou, em geral, a importância das políticas educativas para combater o insucesso escolar, dando o exemplo das escolas de Xangai (China), onde «os directores das melhores escolas são incentivados a prosseguir carreira nas escolas mais difíceis. É uma política que está a ter resultados espectaculares, sem paralelo em qualquer outro país»

Professores pedem revisão urgente do Estatuto do Aluno

01.02.2010 - Jornal Público

"Hoje um aluno desobedece e não lhe acontece nada, a lei protege-o", diz Ilídio Trindade, do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores, sobre o Estatuto do Aluno, considerado por alguns docentes uma das heranças "perturbadoras" da ex-ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

A nova equipa ministerial, liderada por Isabel Alçada, já anunciou que apresentará até ao final do primeiro trimestre do ano uma proposta de alteração ao Estatuto do Aluno e os representantes dos professores estão na expectativa de saber se esta corresponderá aos anseios da classe, já que entendem que os docentes acabarão por acarretar com as consequências.

"Quem tem o castigo é o professor", afirma o secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), João Dias da Silva, referindo-se nomeadamente à assiduidade, que obriga os docentes a realizarem provas de recuperação para os alunos com faltas, que em alguns casos acabam por faltar também às ditas provas.

Este é um dos pontos críticos do Estatuto para Ricardo Silva, da Associação de Professores em Defesa do Ensino, por o regime ser "aplicado indiferenciadamente aos alunos que faltam sistematicamente e de forma injustificada e àqueles que realmente não podem comparecer nas aulas por motivos como doença".

"Não faz sentido misturar faltas justificadas e injustificadas", considerou, criticando também o "trabalho acrescido e o excesso de burocracia que se instalou nas escolas", nomeadamente devido à imposição de medidas de apoio educativo, em que se inserem as provas de recuperação.

"Qualquer dia os alunos não vão às aulas, chegam, fazem uma prova e passam de ano. E quantas provas é que o professor vai ter de fazer", questionou.

O dirigente entende que a legislação revela uma filosofia de "desconfiança em relação ao professor ao impor legalmente medidas de apoio educativo que estes sempre realizaram, acrescidas de "um conjunto de burocracias que tornaram a docência num autêntico inferno".

A acção disciplinar é outro ponto que tem de ser revisto, segundo João Dias das Silva, da FNE, pela "falta de consequências do incumprimento por parte do aluno das suas obrigações de assiduidade e respeito aos outros e às pessoas dentro da comunidade educativa".

"Quando há tentativa de medidas disciplinares, os processos são tão lentos e burocráticos que os efeitos pedagógicos das medidas se perdem", declarou.

Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), corrobora que o Estatuto do Aluno "carece de uma alteração urgente para que seja uma peça de valorização da escola pública e da autoridade do professor".

Para este dirigente, o diploma "não passou de um mecanismo menos claro, de uma artimanha e artifício para mexer nas estatísticas e poder influenciar e mentir sobre o sucesso escolar".

Embora não o considere o mais perturbador, Octávio Gonçalves, do Movimento Promova, concorda que o Estatuto do Aluno "concorre para a perturbação nas escolas e deve ser revisto".

Todos são unânimes em reclamar "mais autoridade para os docentes e uma maior responsabilização dos alunos e das famílias".

Acordo põe fim a quatro anos de conflito entre Governo e professores

08.01.2010 - Jornal Público

Oito associações sindicais, incluindo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que representa quase 70 por cento da classe, e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), chegaram a acordo com o ministério de Isabel Alçada, em termos que não são ainda totalmente conhecidos.

Depois de quatros anos de conflito aberto com os docentes, que contribuiu para a perda da maioria absoluta do PS nas últimas legislativas, a anunciada trégua na Educação abre caminho para o regresso da paz às escolas. Isso mesmo salientou a ministra da Educação na sua primeira declarações da noite, feita já perto da 1h00 da madrugada.

“Como ministra da Educação estou muito satisfeita e quero assegurar a todos os portugueses que este acordo é um bom acordo. Bom para a Educação, bom para as nossas escolas, bom para os professores e bom para o país”, que representa “um avanço muito importante” para as escolas “que precisam de tranquilidade”.

“Nunca desisti mesmo quando as divergências pareciam inultrapassáveis. A persistência compensou como sempre compensa”, disse ainda.

Escada acima, escada abaixo

Pela primeira vez, o ministério optou por manter sessões simultâneas, embora em salas separadas, com a Fenprof — no 11.º piso —, com a FNE — 12.º piso — e com os 12 sindicatos não federados, agrupados em dois lotes de seis, nos 7.º e 9.º pisos.

Isabel Alçada e o secretário de Estado da Educação, Alexandre Ventura, foram percorrendo as salas: primeiro para entregar as suas propostas (ao todo foram três), depois para recolher as dos sindicatos e depois tudo de novo — para entregar a resposta do ministério e de seguida recolher as posições dos sindicalistas.

Num dia invulgarmente parco em declarações dos dirigentes dos grandes sindicatos — João Dias da Silva, da FNE, não fez mesmo nenhuma —, sabia-se à noite que os sindicatos faziam depender a assinatura de um acordo da garantia, por escrito, de que professores avaliados com “Bom” não seriam travados por mais de três anos na passagem para os 5.º e 7.º escalões de uma carreira que terá dez. Para os professores classificados com “Muito Bom” e “Excelente”, a progressão na carreira não estará dependente da abertura de vagas, um procedimento anual.

40 anos até ao topo

A contingentação de vagas para a progressão na carreira e a existência de quotas para as classificações de mérito são normas que já se encontram em vigor para a função pública. Na proposta que entregou na semana passada aos sindicatos, o ME confirmou que os professores não seriam excepção, mas ontem deixou cair um dos estrangulamentos previstos. A passagem para o 3.º escalão, ao fim oito anos de docência, não ficará limitada pela abertura anual de vagas. Na proposta da semana passada, estipulava-se que, no próximo ano, 20 por cento dos professores nesta situação não poderiam ascender ao escalão seguinte. Se e a proposta dos sindicatos foi acolhida, isto significará que os professores classificados com “Bom” poderão ascender ao topo da carreira ao fim de 40 anos de docência.

Na proposta entregue de manhã, o ME acedeu também em prescindir da realização de uma prova de ingresso na profissão para os “candidatos” que já tenham leccionado e sido avaliados. Por outro lado, os lugares ocupados pelos professores com “Muito Bom” e “Excelente” não serão contabilizados para efeito do preenchimento de vagas. Ou seja, a progressão destes professores, que está garantida independentemente da existência ou não de vagas, não retirará lugares aos docentes classificados apenas com “Bom”. No ano passado, segundo indicou Isabel Alçada, foi dada esta nota a 83 por cento dos professores.

As negociações para a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) de 2007 e do modelo de avaliação dos docentes aprovado um ano depois foram iniciadas em Novembro. Logo no início, o Ministério da Educação anunciou o fim da divisão da carreira em duas categorias hierárquicas, professores e titulares, uma das medidas do ECD aprovadas por Maria de Lurdes Rodrigues que foi mais contestada pelos docentes.

Isabel Alçada garante que o actual ciclo avaliativo é para cumprir e vai ter consequências

"Comunicaremos com as escolas para que não haja trabalho que não corresponda às necessidades efectivas, que não tenha consequências", declarou a ministra da Educação, Isabel Alçada, em conferência de imprensa, ao final da tarde de ontem, depois de ter recebido 13 organizações sindicais de professores numa verdadeira maratona de nove horas.Esta abertura negocial traduz a vontade do Governo de continuar a liderar um processo onde jogou parte do seu capital político na última legislatura, não deixando à oposição grande margem de manobra para suspender a avaliação. Mas também é fruto das novas condições de governação, já sem maioria absoluta e onde dificilmente a nova equipa ministerial conseguirá impor modelos de cima. Após um dia de audiências, os sin-dicatos saíram satisfeitos com a possibilidade de se iniciarem novas rondas negociais para rever o Estatuto da Carreira Docente (ECD) e o modelo de avaliação dos professores. A tutela comprometeu-se a apresentar um calendário de negociações já na próxima semana, informou Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).Mas se as regras podem mudar pa-ra o segundo ciclo de avaliação (2009-2011), para quem já foi avaliado a lei é para cumprir. "Neste momento vamos cumprir a lei e não há qualquer suspensão", sublinhou Isabel Alçada. Os docentes ficam assim a saber que o actual ciclo avaliativo (2007-2009) terá consequências, pois "será tido em conta na progressão na carreira", afirmou a governante. Os sindicatos têm exigido que as notas já atribuídas não contem para efeitos de carreira e de colocações. Mas Nogueira considerou que esta exigência ficará parcialmente cumprida com o fim da divisão da carreira docente, pois ter classificações de mérito é uma das condições exigidas para se concorrer a professor titular. O ministério está disponível para dialogar com as organizações sindicais, mas também para rever outras opiniões e relatórios técnicos já feitos sobre esta matéria - a ministra recordou os realizados por peritos da OCDE e pelo Conselho Científico para a Avaliação dos Professores, presidido pelo actual secretário de Estado adjunto e da Educação, Alexandre Ventura. No entanto, a governante não estabeleceu um prazo para rever estas matérias. Diferenças na governação"Tudo faremos para que os professores se reconheçam no estatuto e na avaliação", prometeu. "Precisamos que os professores tenham serenidade, que trabalhem bem, que invistam o seu esforço na sala de aula e que o tempo que dedicam à avaliação seja o necessário e não seja excessivo", avançou, sem adiantar quais as possíveis mudanças a realizar, mas declarando que vai ser necessário os avaliadores terem formação e, no futuro, darem conselhos aos avaliados para que melhorem a sua prática lectiva.O ECD entrou em vigor em 2007. Na sequência da contestação dos professores durante o ano seguinte, o ministério respondeu positivamente aos sindicatos abrindo, em Janeiro passado, negociações para sua revisão. O processo foi concluído em Junho mas sem acordo, pois a tutela nunca abdicou da divisão da carreira em duas categorias. Para Mário Nogueira, uma primeira diferença na forma de governar foi que a nova ministra confirmou que está "tudo em aberto, nomeadamente a divisão da carreira". "Dissemos-lhe que essa era para nós a questão fundamental". Para a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), a reunião de ontem com a ministra marca "o princípio do fim" do actual modelo de avaliação. "Os professores não têm de estar preocupados em formular objectivos e prosseguirem o trabalho à luz do modelo de avaliação que está a terminar", afirmou João Dias da Silva, secretário-geral da FNE. O dirigente prevê que num prazo de "60 dias" haverá um novo modelo de avaliação.

Sinais de paz na Educação

Mário Nogueira, líder da Fenprof, saiu esta manhã primeira reunião com a ministra da Educação Isabel Alçada com esperança de que o actual modelo de avaliação de professores seja suspenso e substituído por outro ainda no primeiro período lectivo
Após um encontro de quase duas horas, Nogueira revelou que a ministra se mostrou disponível para alterar o modelo de avaliação no âmbito de uma revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) cujas negociações vão iniciar-se em breve. Segundo Nogueira, o calendário para as negociações deve ser definido pelo Ministério da Educação já na próxima semana.
O secretário-geral da Fenprof afirmou mesmo que a ministra disse ter 'urgência' em alterar o modelo de avaliação no âmbito da revisão do ECD, razão pela qual a maior estrutura sindical de docentes acredita que até final do primeiro período lectivo poderá haver novidades. Mas Nogueira foi avisando que se o calendário de negociações 'atirar a resolução dos problemas para Fevereiro ou Março voltaremos à carga com a suspensão'. 'Se o prazo for até ao final do primeiro período a avaliação fica suspensa por si', disse Nogueira. E frisou que o fim da divisão da carreira entre professores titulares e não titulares é essencial: 'Se na primeira reunião para rever o ECD nos disserem que não estão disponíveis para acabar com a divisão da carreira fica tudo envenenado'.
Esta tarde, Isabel Alçada vai receber a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), a segunda estrutura sindical mais representativa, bem como uma série de outros sindicatos de menor dimensão. Ao final do dia, está previsto a ministra pronunciar-se sobre a maratona negocial de hoje.

FENPROF é recebida terça-feira com estatudo da carreira e avaliação na agenda

No final do Conselho Nacional da FENPROF, que decorreu hoje, Mário Nogueira, dirigente da Federação anunciou a realização da reunião com a nova equipa ministerial e salientou que “o maior de todos os desafios da nova equipa ministerial é ganhar os professores”. Apesar de considerar que já houve “alguns sinais negativos”, nomeadamente por parte do primeiro-ministro, José Sócrates, a FENPROF vai para a reunião “com expectativa”, disse o dirigente. “A abertura ao diálogo, intenções e vontade do Governo para alterar as opções mais negativas impostas na anterior legislatura, começarão a ser clarificadas após a primeira reunião com a equipa ministerial, que terá lugar no dia 10 de Novembro”. A não suspensão do modelo de avaliação, aproveitando o inicio de um novo ano lectivo, é vista como um sinal negativo. “Foi um erro iniciar o segundo ciclo avaliativo com o anterior modelo. Ele deve ser iniciado já com um novo modelo”, defendem os representantes sindicais, considerando possível, com negociação, ter um novo modelo definido ainda neste ano lectivo”. “Os sinais podiam ser melhores”, mas, segundo o secretário-geral da FENPROF, “é positivo” que a actual ministra conheça o sector, “porque já deu aulas, visita escolas com muita frequência e esse conhecimento pode permitir-lhe começar melhor que a anterior ministra”, Maria de Lurdes Rodrigues. Também o novo cenário político do país “torna possível alterar alguns dos caminhos mais negativos que marcaram a anterior legislatura, que foi de permanente confronto”, refere o cokunicado final aprovado por consenso no Conselho Nacional. Um sinal disso, consideram, é que os dirigentes da Federação foram já recebidos, na semana passada, por todos os partidos com representação parlamentar, excepto o Partido Socialista, cuja postura condenam. Mário Nogueira anunciou também que o Conselho Nacional decidiu, na reunião de hoje, convocar o décimo Congresso da FENPROF dias 23 e 24 de Abril, em Montemor-o- Novo.

Escolas adiam avaliação docente

A maioria das escolas afixou o calendário para o próximo ciclo avaliativo, mas fê-lo por cumprimento legal e agendou os primeiros procedimentos para Janeiro para dar tempo ao Governo e ao Parlamento de actuarem.
Os secretários de Estado tomam hoje posse concluindo a composição do Governo, mas dos titulares da pasta da Educação já se esperaram declarações esta semana sobre o futuro de dossiês que incendiaram a anterior legislatura. Os dirigentes sindicais enviaram cartas a Isabel Alçada pedindo-lhe uma reunião urgente e um grupo de 21 directores do distrito de Coimbra enviou um e-mail à ministra, pedindo a suspensão do modelo. Em causa, mais uma vez, a avaliação docente.
As escolas tinham que afixar até ontem o calendário para o próximo ciclo avaliativo, e fizeram-no, mas a maioria marcou os primeiros procedimentos do processo a partir de Janeiro para dar tempo a uma resolução. A oposição vai suspender o actual modelo no Parlamento. O Governo apresenta quinta e sexta-feira o seu programa. O compasso de espera no sector continua.
"Afixei, mas vai tornar-se num acto inútil" - afirmou ao JN , José Eduardo Lemos, director da Secundária Eça de Queirós, na Póvoa do Varzim. O ex-representante das escolas do Porto no Conselho de Escolas - que se demitiu em rota de colisão com o presidente do órgão, Álvaro Almeida dos Santos - considera que o modelo de avaliação (que nunca foi aplicado) deveria ser "revogado e enterrado. Cometeram-se muitos erros no passado, vamos persistir ou acabar com eles?".
Interpelado sobre a possibilidade de ter de refazer os procedimentos da avaliação face à aprovação de um novo modelo, José Eduardo Lemos não se manifestou incomodado. "É uma questão administrativa", retorquiu.
Para o secretário-geral da Fenprof "a maioria das escolas afixou" o calendário mas a generalidade agendou os procedimentos para 2010.
"O Ministério da Educação teve uma ocasião soberba para dar um sinal de que as coisas irão correr de forma diferente", afirmou Mário Nogueira, insistindo que continua à espera que Isabel Alçada responda ao pedido da Fenprof para uma reunião com carácter de urgência.
"É na Assembleia da República e não no Ministério da Educação que os professores depositam agora a sua confiança", sublinhou Octávio Gonçalves ao JN. Para o dirigente do movimento PROmova o cumprimento da afixação do calendário pela maioria das escolas "é um passatempo inútil".
"É indiferente se afixaram ou não. A suspensão é inevitável. Por mais que Francisco Assis [líder da bancada do PS] diga que a iniciativa compete ao Governo, o Parlamento tem agora poder para não aceitar determinadas políticas".
Para já, nem movimentos nem sindicatos se pronunciam sobre medidas de luta. "É prematuro", afirma Mário Nogueira.